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Amapaenses só devem ter energia segura reestabelecida em dezembro

De acordo com ofícios da empresa responsável pelo fornecimento de energia no Amapá, o restabelecimento seguro de energia nas cidades afetadas pelo apagão pode ficar para 7 de dezembro, mais de um mês depois do incêndio na subestação que deixou 90% da população do estado no escuro. A montagem de um transformador cedido por outra concessionária de energia só será concluída “até” 7 de dezembro. Este equipamento servirá para “conferir maior segurança ao funcionamento da subestação de Macapá”, conforme os documentos.

Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, os documentos foram enviados ao MPF (Ministério Público Federal) no Amapá nos dias 7 e 11. São assinados por três advogados da empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE).

Vale lembrar, que o incêndio de um transformador sob a responsabilidade da LMTE ocorreu na noite do último dia 3. A destruição do equipamento deixou sobrecarregado o segundo transformador responsável pela transmissão de energia, que também acabou danificado. Um terceiro, que deveria dar segurança ao fornecimento de energia, estava em desuso desde dezembro de 2019.

Um dos equipamentos foi consertado, o que garantiu a realização de um rodízio de energia no Amapá, inicialmente de seis em seis horas –sem regularidade e previsibilidade em boa parte dos bairros de Macapá. O período sem energia já foi diminuído (quatro em quatro horas durante o dia, três em três à noite).

O restabelecimento pleno da energia depende de um segundo transformador e de um transformador de segurança (é este que está previsto somente para dezembro).

Pleno Funcionamento

Os ofícios enviados pela LMTE ao MPF revelam ainda que a empresa ampliou os prazos previstos para colocar em operação o segundo transformador, aparelho que garantiria o “pleno funcionamento” da subestação de Macapá, segundo a empresa.

No dia 7, a LMTE afirmou que a desmontagem, transporte, montagem, testes e energização de um transformador disponível em Laranjal do Jari, a 270 quilômetros de Macapá, ocorreria até o próximo dia 23. Em novo ofício ao MPF, quatro dias depois, a LMTE estimou que a conclusão da operação ocorrerá até o dia 26.

Quando o equipamento for instalado, haverá “plenitude do atendimento às cargas ora atendidas anteriormente ao acidente”, conforme o ofício. Já a “maior segurança ao funcionamento da subestação” ocorreria até 7 de dezembro, com o terceiro transformador emprestado de outra concessionária.

Inquérito Civil

O MPF abriu um inquérito civil público para investigar as responsabilidades pelo apagão. Já a Polícia Civil do estado investiga a ocorrência de crimes no episódio. Uma perícia preliminar descartou que um raio provocou o incêndio do transformador, como se dizia inicialmente.

No ofício mais recente da LMTE ao MPF, a empresa afirma que outras medidas são adotadas por órgãos do governo federal que integram o gabinete de crise instituído pelo MME (Ministério de Minas e Energia), como forma de tentar acelerar o restabelecimento pleno de energia.

Entre essas medidas, estão a aceleração de uma unidade geradora da usina hidrelétrica Coaracy Nunes, que fica no Amapá; o envio de geradores para Macapá; e a instalação de uma usina termelétrica no estado.