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Maria: o café produzido de forma sustentável

Investir em sustentabilidade e responsabilidade social gera retorno financeiro? A produtora de cafés especiais Daterra prova que sim. Eleita a fazenda mais sustentável do Brasil em 2015, a Daterra acaba de quebrar o recorde de preço na história do café brasileiro.

No dia 22 de novembro a fazenda realizou seu quarto leilão de micro e nanolotes, atraindo compradores das Américas do Norte e do Sul, Europa e Ásia. O grande destaque do evento foi o nanolote batizado de Maria, em homenagem às trabalhadoras do campo. Com a saca vendida por mais de R$26 mil, Maria tem muita história para contar. Foram disponibilizadas menos de duas sacas, garantindo uma disputa acirrada: o lote recebeu mais de 500 lances e foi arrematado por compradores da Argentina e Espanha pelo valor de U$58/libra. Para efeitos comparativos, uma saca de café especial brasileiro custa em média R$620,00, ou U$1,39/libra.

Como nasceu Maria?

O café chamou a atenção por seus atributos exóticos: Maria combinou intensos aromas de frutas e flores com acidez fosfórica e doçura acentuada. Estas características, nada comuns no café brasileiro, foram conquistadas após 5 anos de pesquisa em genética, processos e controle de qualidade.

A Daterra, que vem conduzindo estudos e experimentos em parcerias com clientes e institutos de pesquisa, conta que o resultado não apareceu do dia para a noite: “Em todos estes anos, foram mais erros do que acertos. Fizemos inúmeros experimentos e grande parte não trouxe resultados, mas graças a eles temos hoje uma enorme base de dados e muitos estudos sobre nossos cafés”, comenta o coordenador de marketing Gabriel Agrelli, responsável pelo projeto.

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Os fatores humanos e ambientais

A fazenda adicionou recentemente às suas certificações o selo Sistema B, que certifica empresas empenhadas em realizar transformações sociais e ambientais, garantindo que a valorização do trabalhador e do meio ambiente faça parte do modus operandi em todos os setores da produção agrícola.

Tão importante quanto produzir cafés de qualidade, também é fundamental a responsabilidade sobre o Cerrado e o meio ambiente” – explica Isabela Pascoal, diretora de sustentabilidade da Daterra. Recentemente a Daterra inaugurou a Fundação Bioterra com o objetivo de promover estudos de recuperação de solo. A fazenda irá destinar 200 hectares para pesquisas e análises profundas sobre a microbiologia do solo. O projeto conta com a parceria de cientistas da Esalq e do Instituto Agronômico de Campinas. “A Fundação é uma articuladora de conhecimento sobre a importância do solo e de como devemos cuidá-lo. Queremos abrir o diálogo e a troca de conhecimento sobre a importância da organicidade e recuperação de cada tipo de solo, como a ferramenta mais importante para enfrentar as mudanças climáticas”, conclui Isabela.

O preço expressivo atingido por Maria é uma conquista não só para a Daterra, mas para todo o mercado de cafés especiais brasileiro: prova que o produtor está empenhado em produzir qualidade, contribuindo para quebrar o paradigma de que o Brasil produz café em grande volume, mas sem foco em qualidade.

Empresas brasileiras também participaram do leilão:  a torrefação Nossa Casa Café de Amparo, interior de São Paulo, arrematou um lote de Opus Exotic – café que possui naturalmente baixo teor de cafeína. A novidade estará disponível para o consumidor a partir de janeiro. No exterior, o Opus segue para países como França, Grécia e Taiwan.