Skip links

Mulheres ainda sofrem com a violência doméstica

Crescimento nos registros de violência contra mulheres merece atenção especial da sociedade

Difícil entender por que ainda convivemos com tantos casos de violência contra mulheres. São agressões físicas e verbais, estupros, desrespeitos, assédios morais, tudo regado a uma sensação de medo e uma certeza de completa impunidade. As justificativas para essa situação vão desde o machismo exacerbado ao desrespeito em relação ao próximo. Uma coisa todos podem ter certeza: é necessário que algo seja feito para que esse panorama seja modificado.

No comparativo entre os anos de 2014 e 2015, houve um crescimento nos registros de agressão as mulheres de 44,74%. Esses dados são da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), a partir de informações recebidas pelo Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher). No ano passado, foram 76.651, contra 52.957 computadas em 2014. Esses números representam que, a cada sete minutos, uma mulher é espancada. Já os atos de violência sexual (estupro, assédio e exploração) tiveram um aumento de 129%. Em 2014, foram 1.517 relatos contra 3.478 em 2015. Isso significa que ocorrem 9,5 estupros por dia no Brasil.

Violência-contra-a-mulher
Casos de violência contra a mulher devem ser denunciados                   Foto: banco de imagem

Na opinião do delegado Eduardo Kruger Costa, adjunto da Delegacia da Mulher de Curitiba (PR), a violência doméstica contra as mulheres é decorrente da cultura. “Ainda é muito forte em nossa sociedade, a ideia que o homem tem um domínio sobre a mulher, o que faz com que muitos agressores se sintam no direito de fazer o que bem entendem com suas companheiras”, lamenta ele.  (Saiba mais: Educação: a melhor arma para reduzir índices de violência contra mulher)

A chefa de gabinete da Secretaria Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA), Karla Ramos, concorda com Kruger. “Estamos no século XXI, mas ainda existem registros desse tipo de brutalidade, isso vai acontecer até que se consiga fazer uma mudança na mentalidade da população em torno do enfrentamento das violências que nós mulheres vivemos”, explica.

A SPM-BA tem como responsabilidade elaborar, propor, articular e executar políticas públicas para as mulheres baianas, respeitando suas diferenças, priorizando as em situação de pobreza e/ou vulnerabilidade social em todo Estado da Bahia. O órgão desenvolve ações e projetos, em articulação e cooperação com os demais órgãos e entidades do Poder Executivo Estadual, trabalhando no conceito e na prática do enfoque de gênero nas políticas públicas estaduais.

Segundo Karla, atualmente existe um nível muito alto de intolerância entre as pessoas, as minorias e os grupos que historicamente foram discriminados, a partir disso surgem vários atos de selvageria grave contra homossexuais, meninas, mulheres e idosos. “Essa questão associada à cultura do patriarcado, que move e consolida a violência contra as mulheres na sociedade, torna difícil romper esse ciclo”, avalia a gestora.