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Alienação política causa prejuízos incalculáveis ao país

Lucas Santos

Em uma sociedade fortemente democrática, independente de ideologias de esquerda ou de direita, a política é um campo de discussão essencial para a formulação de leis e para a organização social como conhecemos.

Apesar disso, com discursos que se distinguem por completo ocasionalmente, a polarização política cresceu muito na última década. Isso se mostra como sendo extremamente prejudicial para a sociedade.

Ainda que o acesso à informação seja importante e extremamente útil. Atualmente, tudo isso se tornou um tanto perigoso com a propagação das famigeradas fake news e discursos retrógrados e extremistas. É preciso ter cuidado com tudo isso.

Um pouco sobre alienação política

De acordo com o sociólogo Simon Schwartzman em seu artigo “Alienação Política”, alienação política se classifica como “incapacidade de um povo em se orientar politicamente conforme seus próprios interesses. Crença na operosidade de instrumentos inoperantes, de um lado; desinteresse total pelos fatos políticos, de outro.”.

Com esse trecho é possível entendermos que a alienação política se refere a um comportamento onde o indivíduo se baseia completamente pela via de pensamento de um ou mais políticos, partidos ou ideologias.

Esse indivíduo abraça totalmente uma determinada forma de pensar e ignora por completo fatos políticos que envolvam aqueles que pensem ou acreditem em coisas diferentes das dele.

Além de se limitar a ver os interesses e forma de pensamento apenas de um determinado lado, o indivíduo deposita todas as suas esperanças, expectativas e anseios nas atitudes de um determinado símbolo, seja este uma pessoa, um partido ou uma ideologia como citado anteriormente.

É criada uma narrativa onde este símbolo seria uma espécie de “salvador” em meio a um suposto caos político causado pelo outro lado.

Em outro trecho o sociólogo continua: “…em sua forma mais grave – recusa em decidir o próprio destino, de raciocinar, de traçar seu próprio projeto; criação do mito do Chefe, do Messias, do Pai, do Salvador da Pátria.

Compreender o significado destes fenômenos, ver neles o sentido que possam ter, tal é a grande tarefa de quem se preocupa com o problema político do Brasil de hoje”, afirma Schwartzman.

É possível então entender que a alienação política, além de deturpar os fatos, também cria no imaginário de uma pessoa, um grupo e uma população, que suas atitudes – ainda que sejam tóxicas – são em nome de um bem maior.

O perigo de se alienar politicamente

Política é um tema complexo e com diversas camadas. Ainda que tenhamos explicações para diversas atitudes, decisões e realizações, não há, muitas vezes, uma verdade absoluta.

Não podemos afirmar que o mundo é tão óbvio como pode aparentar. Ainda que haja por vezes corrupção, erros de gestão e afins, não há heróis e vilões, mas sim indivíduos e ideias, sejam estas boas ou ruins, bem-intencionadas ou não, de ambos os lados.

A partir do momento em que se polariza uma sociedade, cada pessoa envolvida dessa maneira deixa de pensar em defender os fatos e passa a querer defender a sua própria verdade, a verdade dos responsáveis pela ideologia que se acredita.

Uma fuga perigosa

Com a polarização, a alienação política ganha vida e passa a determinar os comportamentos de diversas camadas da sociedade. Desse modo, estas pessoas ficam vulneráveis a informações falsas, disseminadas por pessoas ou grupos mal intencionados, cujo o intuito é moldar a forma como se pensa.

É essencial sempre verificar a fonte das informações recebidas e tentar colocar a si mesmo em uma posição de neutralidade ética e política, permitindo a si mesmo questionar ambos os lados e defender a verdade, parta ela de indivíduos ou grupos de direita, esquerda ou centro.

É possível afirmar então que caminho para a prosperidade não é a polarização por meio da alienação política, mas sim a união. Devemos pensar e trabalhar juntos em prol de uma sociedade melhor, mais saudável e próspera, independentemente de lados ou ideologias políticas.

Complexo? Talvez, mas dizer que odeia política, que não quer saber do tema e que não vota em ninguém, pode ser uma opção, mas nunca uma solução. Vale lembrar que, não votar é o mesmo que não escolher. E quem toma essa atitude permite que outros o façam por ele.

Foto Capa: Unas (www.unas.org.br)

Lucas Santos é graduando em Psicologia pela UNESA-NF e estudante de fotografia e tecnologia, possuindo alguns certificados nestas áreas. É um aficionado por tecnologia, Cultura Geek, Linkin Park e pelo Botafogo de Futebol e Regatas.  Desde a infância sempre gostou muito de falar e escrever. Não demorou muito
para que começasse a escrever suas próprias poesias, as quais você encontra hoje em @PoemasVivazes no Instagram. Nas horas vagas você o encontra escrevendo, jogando futebol, se entretendo com jogos online e cultura nerd ou ao lado de quem o faz bem.