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Anitta: Garota do Rio rumo ao topo

De Honório Gurgel para o mundo

Isabelle Carvalho

Não é novidade o caminho de Anitta desde sua origem até o topo. O que não cansa de surpreender, no entanto, é sua determinação e coragem ao construir sua trajetória rumo ao sucesso, que talvez nenhum outro artista brasileiro tenha alcançado.

A história de Larissa Machado, nascida em Honório Gurgel – subúrbio do Rio de Janeiro – é conhecida. E podem até haver pessoas que não gostam da cantora, mas é inegável: há uma inteligência muito estratégica e única na forma com que a artista lida com sua carreira. 

Larissa nasceu em uma família humilde. Filha de um vendedor de baterias de carros e uma costureira, Ela, desde criança, cantava no coral de uma igreja.

Aos quinze anos, interessou-se também pela dança e começou a se apresentar em bailes de dança de salão. Aos dezesseis, começou a publicar vídeos na internet dançando e cantando e foi graças a essas publicações que foi descoberta pela Furacão 2000. Sua primeira música “Eu vou ficar” foi um fenômeno de mercado. 

Antes de se dedicar integralmente à carreira musical, a cantora trabalhou como vendedora em uma loja de roupas e também foi estagiária da empresa Vale do Rio Doce, ao ter ingressado num curso de Administração – que logo depois abandonou.

Mais forte que a personagem

O nome Anitta veio da minissérie da TV Globo “Presença de Anita”, título dado em nome da protagonista (interpretada por Mel Lisboa), uma jovem bastante sedutora que conquistava a todos. 

O clipe de “Show das poderosas” foi um grande sucesso de visualizações, alcançando mais de um milhão em apenas uma semana. Depois disso, vieram os hits “Não para”, “Menina má”, “No meu talento”, “Deixa ele sofrer”, “Bang”, “Essa mina é louca”, entre outros. Desde o início de sua carreira, Anitta fala sobre o desejo de construir um legado internacional. O que muitos não acreditaram. 

O clipe de “Meiga e abusada” gravado com o norte-americano Blake Farber, em Los Angeles, começou a provar que talvez Anitta tivesse o necessário para construir sua trajetória fora do Brasil. “Vai malandra” também foi outro estrondo no mercado musical.

Enquanto isso, a artista investiu em aulas de inglês e espanhol para aprimorar sua fluência nos dois idiomas, sem que o sotaque brasileiro pudesse ser identificado. Ela investiu em outros ritmos, além do funk, como pop, reggaeton e música eletrônica.

 

No topo da Spotify

A cantora ocupou o Top 50 Global da plataforma de streaming Spotify com hits como “Bola, rebola”, “Downtown” e “Vai malandra”. Recentemente, ocupou a posição número um com “Envolver”, o que nenhum outro artista brasileiro havia conseguido. Todas essas conquistas foram alcançadas com base em uma carreira também como empreendedora, além de muitas críticas e haters

O que não falta na internet, principalmente, são pré-julgamentos e preconceitos em relação à cantora, que não tem vergonha de se mostrar quem realmente é e usar de sua sensualidade e empoderamento feminino para ganhar mais palcos. Anitta sempre entendeu que tem um papel importante a cumprir como uma personalidade muito conhecida que acumula milhões de fãs pelo mundo inteiro. 

Sabendo disso, a artista sempre soube que seria um exemplo para diversas meninas e mulheres que a olham como modelo. Muitos julgam que Anitta utiliza seu corpo como instrumento para seu sucesso, o que pode ser o oposto da liberdade feminina que o feminismo busca obter.

No entanto, é exatamente na forma que ela conduz sua carreira que ela demonstra sua maior forma de empoderamento. Porque a emancipação social e sexual das mulheres vem com independência financeira e psicológica, saber não se submeter a certos padrões e arquétipos e, além de tudo, contra argumentar preconceitos. 

Um dos grandes exemplos da influência positiva que a cantora pode dispor é seu posicionamento político. Nos últimos anos, Anitta vem assumindo cada vez mais suas opiniões em público. Em ano de eleições presidenciais no Brasil, a cantora inspirou milhares de jovens com menos de dezesseis anos a tirarem seus títulos de eleitores, mostrando como seus votos podem ser decisivos para o futuro do país. 

Isabelle Carvalho é carioca, tem 27 anos, sendo graduada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também é graduada em Cinema. Além de possuir especialização em Jornalismo Cultural, é apaixonada por cultura, cinema, ciência e atualidades.