Bem vindos a Itapé
Sabe aquele lugar com muito verde, ar puro, onde as pessoas dormem e acordam bem cedinho e todos se conhecem? Não estou falando da lendária Shangri-la. Mas de uma simpática cidade que fica no Sul da Bahia, batizada de Itapé! O município foi fundado no dia 28 de dezembro de 1961, se estendendo por 459,4 km², com um número superior a 10.000 habitantes. Uma curiosidade: itapé é uma palavra indígena que possui os seguintes significados: o caminho de pedra, a pedra chata e o caminho dentro d’água.
A economia de Itapé se baseia basicamente na pecuária extensiva e na agricultura. A prefeitura municipal também emprega uma boa parte da população. A outra parcela busca oportunidades de trabalho em outros municípios como, por exemplo, Itabuna, Ilhéus e Ibicaraí.
Voltando no tempo
Na primeira metade do século XX, chegavam à região muitos sergipanos e sertanejos baianos atraídos pela fama das terras e riquezas produzidas pelo cacau. Como as terras da região de Ferradas já estavam ocupadas, os migrantes seguiam adiante por essa estrada, tomando posse de terras devolutas cobertas por matas, fazendo suas roças de cacau e outros produtos se subsistência e ainda construindo pequenas casas de residência.
Nas primeiras décadas do século XX, toda a área do atual município de Itapé, que pertencia a Itabuna, estava desbravada, com roças de cacau, mandioca, milho, feijão, café etc, e já surgindo às primeiras pastagens – os mangueiros – para a engorda do gado bovino que vinha do sertão. Itapé antes de sua emancipação era conhecida como Estreito d’água, depois passou a ser Itaúna. A primeira eleição do município – deu-se em 3 de outubro de 1962 e o prefeito eleito empossou-se em 7 de abril de 1963, data em que se instalou o novo município, desmembrando-se definitivamente do município de Itabuna. À primeira feira livre de Itapé, os feirantes traziam suas verduras, frutas, galinhas, porcos e etc… Que eram comprados por seus idealizadores e mais algumas pessoas da época.
Kaliane Alves é natural de Barro Preto, mas reside em Itapé há muitos anos e não se arrepende. “É uma cidade tranquila e,
comparada com muitas outras, possui baixos índices de violência”, afirma a dona de casa, que acrescenta “dá para sair e deixar a casa fechada sem o medo de assaltos” garante. Ela teme que, no futuro, tal tranquilidade não exista mais. “No futuro esse sossego será coisa do passado, com o aumento da prostituição e das drogas” lamenta.
Itapé é mesmo muito tranquila, mas ama uma boa celebração. Uma das mais tradicionais é a Festa Junina que atrai milhares de pessoas do município e arredores. São mais de cinco mil visitantes de toda a região do sul baiano, iniciando-se a tradição que até hoje sobrevive e confere a Itapé que chegou a rivalizar com a cidade de Ibicuí o título de grande organizadora dos festejos de São João.
É desejo comum de itapeenses ou não é que a cidade continue crescendo de forma ordenada e que haja cada vez mais
oportunidades para todos. E que a doce e agradável Itapé consiga conservar o que tem de melhor: sua tranquilidade. (Fotos: Sandro Lyra, Cassiano Carvalho e Marcelo Carvalho).