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Bolsonaristas que ameaçaram juiz do STF durante protesto em frente a residência do ministro agora são réus

A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra Antonio Carlos Bronzeri e Jurandir Alencar, que participaram de um protesto em frente ao prédio onde mora Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, no último dia 2 de maio. Os manifestantes foram denunciados pelo Ministério Público estadual pelos crimes de ameaça, difamação, injúria e perturbação do sossego.

O grupo de manifestantes ficou em frente ao prédio de Moraes por cerca de duas horas e levaram até um “caixão”, ameaçando o ministro. A decisão foi tomada ontem pelo juiz Márcio Sauandag, da 22ª Vara Criminal de São Paulo, que deu um prazo de dez dias para que os dois réus apresentem defesa por escrito.

O grupo de manifestantes se reuniu em frente ao prédio de Moraes para protestar contra a decisão do ministro de suspender a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal e pediram a saída do ministro da Suprema Corte. Moraes suspendeu a nomeação de Ramagem alegando que a medida feria a impessoalidade do cargo de presidente, uma vez que o indicado ser amigo pessoal da família Bolsonaro.

No dia 3 de maio, a Justiça já havia determinado punições para os dois manifestantes que foram presos em flagrante. Segundo a decisão, eles deveriam manter uma distância mínima de 200 metros do ministro, além de impedir qualquer outro contato por meios de comunicação.

Foi determinado, ainda, o recolhimento domiciliar durante a noite e nos dias de folga para os dois. Eles também estão proibidos de deixar a cidade por mais de oito dias sem autorização judicial e devem comparecer em juízo quando o Tribunal de Justiça de São Paulo retomar as atividades.

Bronzeri e Jurandir Pereira Alencar viraram réus Foto: divulgação
Bronzeri e Jurandir Pereira Alencar viraram réus Foto: divulgação

A promotora Alexandra Milaré Santos afirmou que os manifestantes permaneceram por cerca de duas horas em via pública, realizando diversas ameaças à vítima, tais como “você e sua família jamais poderão sair nas ruas deste país, nem daqui a 20 anos”. Além disso, usaram um caixão para simular a morte do ministro. Ela pediu que as penas sejam agravadas porque os crimes foram cometidos contra um funcionário público e a manifestação ocorreu durante período de calamidade pública em função da pandemia de Covid-19.

O grupo levou bandeiras do Brasil e dirigiu ataques também ao governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP). De acordo com imagens divulgadas nas redes sociais, cerca de 20 pessoas estavam no local. Um dos vídeos registra o momento em que o grupo diz palavrões.

Bonzeri, inclusive, é alvo de outra ação do Ministério Público, que retirou do ar vídeos de sua autoria que difundiam a falsa informação de que a pandemia da Covid-19 não existia.