
Bullying: um perigo real e imediato
Pesquisa revela que são mais de 10 mil casos que ocorrem por mês
Marcelo Carvalho
Presente, praticamente em todos os ambientes, o bullying vem se tornando uma das ameaças mais nocivas à saúde física e emocional, independe do sexo ou faixa etária do público alvo. Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada feito pelo Colégio Notarial do Brasil, entidade que representa os tabelionatos do país apurou que, o número de atas registradas em cartório relatando episódios de bullying e cyberbullying bateu recorde no Brasil no ano de 2023, chegando a 121.671.
De exclusão social a agressões físicas
Esse mal é ainda mais danoso em ambiente escolar, sendo um problema sério que afeta milhares de estudantes em todo o mundo. A psicopedagoga, Regina Cardoso Moreira explica que o bullying é um comportamento agressivo e repetitivo, no qual um ou mais alunos intimidam, humilham ou excluem outro(s) de forma intencional. Essas ações podem ocorrer de diversas formas, como agressões físicas, verbais, psicológicas, exclusão social, disseminação de rumores e cyberbullying.
Segundo a especialista, as consequências do bullying escolar são devastadoras, tanto para as vítimas quanto para os agressores. As vítimas podem sofrer danos emocionais, psicológicos e físicos, que podem se estender ao longo da vida. Muitas vezes, os estudantes que sofrem esse tipo de humilhação enfrentam problemas de autoestima, ansiedade, depressão e até mesmo pensamentos suicidas. Por outro lado, os agressores podem desenvolver comportamentos violentos, dificuldades de relacionamento e problemas de conduta.
Na opinião da psicopedagoga, é fundamental que escolas, educadores, pais e a sociedade como um todo estejam atentos e atuem de forma preventiva e eficaz contra o bullying. Promover a cultura do respeito, da empatia e da tolerância, além de criar espaços seguros para que os estudantes possam falar sobre suas experiências, são medidas essenciais para combater esse problema.
Soluções a curto e médio prazo
É importante que as escolas tenham políticas claras e eficazes de combate ao bullying, com mecanismos de denúncia, acompanhamento das vítimas e dos agressores, além de medidas disciplinares e educativas. “Os educadores têm um papel fundamental na prevenção do bullying, promovendo o diálogo, a resolução pacífica de conflitos e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nos alunos”, alerta Regina.
De acordo com a especialista, é preciso conscientizar a todos de que o bullying não é apenas uma brincadeira inofensiva, mas sim um comportamento tóxico que pode deixar marcas profundas nas vítimas. “A educação e a conscientização são armas poderosas na luta contra essa ameaça, e todos nós temos a responsabilidade de contribuir para a construção de um ambiente escolar mais seguro, acolhedor e respeitoso para todos os estudantes”, finaliza.