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Carlos Bolsonaro será investigado pelo TSE sobre suposta “rede de desinformação”

Filho 02 do presidente Jair Bolsonaro terá três dias para prestar esclarecimentos sobre o uso de seus perfis nas redes sociais

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Murillo Torres

Ao que parece a situação do vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), fica ainda mais complicada. Em sessão realizada na manhã desta quinta-feira (20), o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou a abertura de investigação sobre uma suposta “rede de desinformação” que estaria relacionado, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão de instaurar o procedimento investigatório havia sido tomada pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, na terça-feira (18). A medida foi chancelada por seis dos sete ministros do TSE.

Em sua decisão, Gonçalves determinou que Carlos Bolsonaro preste esclarecimentos, em até três dias, sobre o uso de seus perfis nas redes sociais com objetivos político-eleitorais. O vereador seria o líder da suposta “rede de desinformação” na internet.

Fábrica de fake news e gabinete do ódio

O ministro determinou ainda que as plataformas digitais devem identificar os responsáveis por 28 perfis suspeitos de propagar informações falsas sobre o processo eleitoral.

Em sua decisão, Gonçalves estabelece também a desmonetização de canais que supostamente estariam disseminando “fake news”, como Brasil Paralelo, Foco do Brasil, Folha Política e Dr. News. A medida vale até 31 de outubro, o dia seguinte à votação do segundo turno.

A abertura da investigação pelo TSE acontece após um pedido da campanha do candidato ao PT ao Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os advogados de Lula alegam que teria havido uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político, com o intuito de favorecer o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.

“Já está se antevendo que essas veiculações têm caráter de ilícito eleitoral. Aqui ninguém é ingênuo, não somos juízes que temos venda sobre os olhos. Nós todos estamos cientes de que essas atitudes que agridem a legislação eleitoral vão se repetir nos mesmos moldes do passado”, afirmou o ministro Ricardo Lewandowski, um dos que referendaram a decisão.

O único voto divergente foi o do ministro Carlos Horbach. O magistrado entendeu que o pedido apresentado pela campanha do PT é baseado em “conjecturas e suposições” e decorre de interesse político-partidário.

O ministro Raul Araújo, por sua vez, divergiu parcialmente de Gonçalves e foi contrário à suspensão da exibição do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, que trata do atentado a faca sofrido pelo então candidato à Presidência em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018.

“Não se admite, no Estado Democrático de Direito, o exercício de censura sobre pensamento ainda não divulgado, sob pena de estar a presumir o conteúdo da manifestação artística, de antecipar a presunção quanto ao seu ajuste ao ordenamento e por fim antecipar presumidamente uma sanção ao pensamento”, defendeu Araújo.