Skip links

Como ajudar no combate de doenças emocionais dentro do ambiente escolar

Nathalie Depieri

O início da vida, sobretudo a infância, constitui grande parte do que seremos enquanto adultos, por isso é importante que tenhamos uma vida segura e protegida. A escola, em sua essência, é um ambiente cuja função está além do letramento, se mostrando de extrema importância para o indivíduo por diversos motivos, isto é: crianças e adolescentes não precisam apenas aprender a ler e escrever, também devem ser instruídas para enfrentar os desafios da vida, aprender sobre o mundo, sobre si mesmos e sobre o outro, o que acontece através da socialização e do direcionamento dos profissionais para que possam identificar suas habilidades, dificuldades e se adaptarem às diferentes situações do cotidiano.

A partir da socialização – um processo que se inicia na infância – surgem também as divergências, seja de opinião, aparência, costumes, comportamento, posicionamento etc., o que pode gerar conflitos e doenças emocionais entre pessoas que convivem em um grupo, como ansiedade, depressão, transtorno de aprendizagem, hiperatividade, dentre outros. Além disso, algumas outras situações, como o divórcio do pais, a perda de um ente querido, algum problema de saúde, ser alvo de bullying, ter algum atrito com professores, etc., também podem resultar em transtornos emocionais.

Sinais de alerta

Alguns dos sintomas listados abaixo podem ser observados como indícios de que a criança ou adolescente não está saudável no que se refere à saúde mental:

Isolamento: alunos que não interagem com outras pessoas da mesma faixa-etária e possuem dificuldade em se comunicar, mesmo em tarefas escolares, como produções em grupo ou a prática de esportes.

Queda de rendimento: algumas crianças ou adolescentes podem apresentar uma queda repentina em suas notas e em seu desempenho de maneira geral.

Número excessivo de faltas: os professores devem estar atentos à assiduidade dos estudantes e, a com base nesses dados, partirem para a observação e investigação dos motivos pelos quais a presença não tem sido como antes.

Comportamento agressivo: muitos alunos passam a agir de forma agressiva ou hostil como forma de externalizar problemas pessoais.

O que fazer?

Enquanto instituição que educa e não apenas ensina, a escola deve desenvolver algumas ações para diminuir o número de crianças e adolescentes com transtornos emocionais. Em primeiro lugar é preciso que os profissionais da área partam da prevenção de conflitos que possam gerar problemas entre os alunos, trazendo, através de metodologias ativas e participativas, temas e situações-problemas que trabalhem a diversidade em suas diversas formas: cultural, social, regional, de gênero, racial, entre outras, o que pode acontecer através de atividades que priorizam o coletivo.

Em segundo lugar, é necessário que a equipe esteja preparada para identificar os tipos de distúrbios e doenças entre os alunos quando já não foi possível prevenir ou ocorreram apesar da prevenção. Para isso, é preciso estar atento ao número de educandos por educador, priorizar o diálogo aberto e seguro entre alunos e professores e ir além do conteúdo e das notas, focando no desenvolvimento integral.

Por fim, depois de identificado, é necessário que o problema seja tratado de forma sensível e eficaz, o que só é possível através de uma preparação adequada, ou seja, é necessário investir na formação de professores e outros profissionais da educação para que estejam alinhados com as questões trazidas pelos alunos, além de ações que incentivem a formação continuada, como palestras, cursos e trocas de informações e experiências. Além disso, é preciso trabalhar em conjunto com a família e com a sociedade, para que o aluno se sinta totalmente amparado.

A escola muito além do conhecimento

A escola deve ser compreendida como uma participante ativa da evolução e desenvolvimento do indivíduo, sendo considerada mediadora e não apenas transmissora de conhecimento, o que deve fazer dela um espaço seguro e de acolhimento para que alunos tenham a confiança de compartilharem suas questões, e que diante disso, recebam o devido apoio. Desta forma, de maneira coletiva, é possível que o ambiente escolar se mantenha saudável em todas as suas esferas.