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Coronavírus: relatório divulgado por pesquisadores da Ufal indica formação de segunda onda a partir de Maceió

Capital segue liderando o número de casos em Alagoas

Thais Paim

Nesta segunda-feira (14) foi divulgado um relatório realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas que aponta o início de uma segunda onda de contágio do novo coronavírus a partir de Maceió, capital do estado. 

Segundo informações, os dados utilizados avaliaram a transmissão do vírus em Alagoas e prevê intensificação da contaminação nas próximas semanas. A análise é do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19.

A incidência de casos da última semana na capital ultrapassou o número de novos casos no restante do estado. Segundo os pesquisadores, esse fenômeno também foi observado nas primeiras semanas da pandemia em Alagoas.

Em trecho do documento eles afirmam que: “Mantido esse comportamento, podemos repetir o fenômeno observado no primeiro semestre, quando a doença se espalhou pelo território alagoano a partir da capital. Além disso, é provável que nas próximas semanas continuemos a registrar aumento no número de óbitos, como observado em outras partes do mundo que registraram segunda onda da Covid-19”.

Segundo os pesquisadores, após o final da 50ª Semana Epidemiológica (6 a 12 de dezembro), Maceió vai seguir liderando o aumento de casos em Alagoas.

Arapiraca, segunda maior cidade do estado, vinha apresentando alta na semana anterior, mas apresentou uma queda no número de casos nesta semana. 

Sobre as mortes provocadas pelo coronavírus, houve registro de aumento na última semana. “O que pode ser interpretado como mais uma evidência do descontrole da transmissão”, aponta trecho do relatório.

O relaxamento das medidas de prevenção, o aumento de aglomerações e uma maior movimentação de pessoas provoca alerta. De acordo com os pesquisadores, “espera-se um aumento do número de novos casos nas próximas semanas no estado. Em média, cada 10 infectados transmitirão o vírus para 13 pessoas. 

Aumento de casos suspeitos

Nas últimas duas semanas, houve aumento no número de casos suspeitos. No último domingo (13), eram 8.163. Esse crescimento seria resultado da grande dificuldade enfrentada pelo Brasil no combate à pandemia, que é a política de testagem, de acordo com os pesquisadores. 

De acordo com o Observatório, a falta de testagem prejudica a avaliação da pandemia e as ações de enfrentamento. Mesmo com um baixo número de testes feitos, os resultados positivos também são utilizados na avaliação. 

“Neste sentido, este indicador também corrobora com a hipótese de expansão da transmissão em Alagoas, já que cerca de 60% dos testes RT-PCR realizados pelo Laboratório Central (Lacen) em dezembro tiveram resultado positivo. Para fins de comparação, entre a 31ª e 35ª SE essa proporção foi de aproximadamente 20”, aponta o relatório.

Outro assunto que os pesquisadores fazem alerta é para a participação da população na prevenção e a manutenção das práticas de prevenção: 

 “Neste contexto, apesar de todos os avanços no tratamento da COVID-19, milhares de pessoas continuam morrendo diariamente pelo mundo. Deste modo, até que tenhamos atingido uma imunidade coletiva, a partir de um robusto programa de vacinação que deverá durar meses, nossas únicas armas na luta contra o novo coronavírus continuam sendo as medidas de proteção amplamente divulgadas nesses últimos meses: higienização das mãos, uso da máscara e distanciamento social. Assim, espera-se que o poder público se empenhe nas conscientização, regulamentação e fiscalização do cumprimento dos protocolos. Mas, acima de tudo, espera-se que cada cidadão e cidadã alagoana faça sua parte”, orientaram os pesquisadores.