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De celebração pagã à festa em homenagem a santos cristãos

Lucas Santos

Quando falamos de festividades brasileiras, duas das mais tradicionais e icônicas são as festas juninas e julinas. Realizadas nos meses de junho, julho e, atipicamente, em agosto, as festas juninas e julinas – ou agostinas – são realizadas em todas as regiões do Brasil, mas, com maior frequência no Nordeste.

Assim como o Carnaval, que possui figurino, adereços, enredo, músicas e danças características, estas festividades são uma das que mais movimentam o país, tanto em termos econômicos como socialmente.

Chegada ao Brasil

Esse festejo passou a ser realizado no Brasil por volta do século XVI por meio dos portugueses. Historiadores indicam que as festas juninas estão intrinsecamente ligadas aos festivais pagãos europeus. Por lá, tais eventos ocorriam no denominado “solstício de verão”, a passagem da primavera para o verão.

A princípio o intuito dessas festas era muito diferente. O objetivo inicial era que a atividade fosse estritamente religiosa, onde tentavam afastar os maus espíritos ou pragas de suas colheitas.

Conforme o cristianismo se disseminou por toda a Europa como a principal religião da, a festa – a princípio pagã – passou a fazer parte do calendário festivo católico.

Inicialmente foram batizadas como festas joaninas em referência à São João, mas com o tempo passaram a ser chamadas como festas juninas por ocorrerem tradicionalmente no mês de junho.

Apesar do forte apelo religioso inicialmente aplicado à festa, no Brasil com o passar do tempo, tudo mudou. Atualmente as festas juninas carregam tradições, costumes e traços culturais do Nordeste como um todo, da Paraíba principalmente e de zonas rurais.

Pelo Brasil

A maior festa junina do Brasil atualmente ocorre na cidade de Campina Grande, um município do estado da Paraíba. Por lá, o “São João”, nome pelo qual as festas juninas também são chamadas, é de grande importância.

Assim como o Carnaval do Rio de Janeiro carrega traços e símbolos culturais, o São João da Paraíba eleva tradições, costumes, vestes, símbolos, crenças e diversas outras características regionais, sendo uma experiência única para quem assiste ou participa.

Tem que ter quadrilha

Além de carregarem traços visuais muito únicos e culturalmente importantes para a história do Nordeste e do Brasil como um todo, algo essencial em qualquer festa junina é a quadrilha.

As quadrilhas são danças normalmente praticadas por um grupo de pessoas com diversos casais. Além disso, possuem música caipira, forró e sertanejo, com fortes influências do baião, xaxado, xote e forró pé de serra. São muito marcadas principalmente pelos instrumentos viola, sanfona, violão, triângulo e zabumba.

Tradicionalmente, cuscuz, canjica, maçã do amor, curau, pipoca, bolo de milho e diversos outros pratos são típicos dessas festas e rapidamente associados quando falamos de festas juninas.

Apresentação de quadrilha no São João, Campina Grande (PB). Fotos divulgação.

E falando em tradição, as roupas são muito importantes. Normalmente as festas mais tradicionais contam a história de um casal que está a se casar.

Os noivos normalmente vão com roupas de casório, com maquiagem e acessórios como elementos da festa junina. Outros participantes normalmente vestem vestidos, camisa xadrez, calça jeans e chapéu de palha, também com maquiagens.

No caso dos homens, normalmente cria-se uma barba com lápis de olho, enquanto as mulheres possuem o visual marcado por sardas nas bochechas, batom marcante, blush e sombra além de acessórios como laços ou brincos coloridos.

Além de alimentação, música e roupas, outros elementos da festa junina são muito importantes: Bandeirolas, bandeiras e bandeirinhas, fogueira, fogos de artifício, jogos com brindes em caso de vitória, correio do amor, barraca do beijo e diversos outros elementos compõem e enriquecem as festas juninas.

E você, já participou de alguma festa junina, julina ou agostina?

Lucas Santos é graduando em Psicologia pela UNESA-NF e estudante de fotografia e tecnologia, possuindo alguns certificados nestas áreas. É um aficionado por tecnologia, Cultura Geek, Linkin Park e pelo Botafogo de Futebol e Regatas.  Desde a infância sempre gostou muito de falar e escrever. Não demorou muito
para que começasse a escrever suas próprias poesias, as quais você encontra hoje em @PoemasVivazes no Instagram. Nas horas vagas você o encontra escrevendo, jogando futebol, se entretendo com jogos online e cultura nerd ou ao lado de quem o faz bem.