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Denúncias de assédio moral e sexual no Governo Bolsonaro bate recorde de registros em sua ouvidoria

Ouvidoria registrou 704 denúncias relacionadas a conteúdos sexual e moral. Esses dados foram divulgados através do painel da Controladoria-Geral da União

William Gama

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Nos primeiros seis meses do governo federal, foram recebidas inúmeras denúncias de assédio moral ou sexual registradas nas ouvidorias de órgãos públicos vinculadas ao governo.

Segundo reportagem do site Metrópoles, esse número praticamente dobrou nos primeiros meses desse ano. Recentemente, o site divulgou uma série de denúncias reveladas por funcionários contra o agora ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Ele é acusado de assédio moral e sexual por um grupo de funcionárias do banco, o que culminou em sua demissão. 

Segundo informações do Metrópoles, entre 1º de janeiro e a última quarta-feira (29/6), a ouvidoria registrou 704 denúncias relacionadas a conteúdos sexual e moral. Esses dados foram divulgados através do painel da Controladoria-Geral da União (CGU).

Problema que merece atenção

De acordo com a CGU, são registradas em média quatro queixas por dia. Desse total de registros, 545 equivalem a assédio moral e 85 relacionados ao assédio sexual. Em 2022, esse percentual corresponde a 93% do total de casos. Esse número foi maior do que o registrado nesse mesmo período do ano passado, onde foram feitas 364 denúncias. 

Desde 2015, nunca foram realizadas tantas denúncias relacionadas ao assédio moral e sexual, de acordo com o histórico da controladoria, desde o início da gestão do então Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Desde 1º de janeiro de 2019, foram registrados até agora 2,7 mil manifestações de assédio sexual ou moral.

Desse total, 2,3 mil queixas foram respondidas, 106 estão sob tratamento de análise, 2 foram encaminhadas para órgão externos e 250 foram arquivadas. Durante esse período, o Ministério da Economia liderou o número de manifestações recebidas, com um total de 260 denúncias. No ranking, aparece o CGU com (105), o Ministério da Educação (103), a Universidade Federal de Goiás (81), Ministério da Justiça e Segurança Pública (65) e por último o Ministério da Saúde (62).

 

Em relação a Caixa Econômica Federal, não houve indícios de registros durante esse período. As denúncias recentes vieram à tona, e o resultado dessas queixas, culminou na renúncia do ex-presidente da Instituição, Pedro Guimarães.

De acordo com o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, a CGU e o banco foram procurados para esclarecer essa falta de dados, que segue em aberto. Ele afirmou, que Pedro Guimarães foi exonerado do cargo de presidente da Caixa Econômica Federal na última quarta-feira (29/6), após denúncias por assédio sexual. Segundo Rangel, um grupo de funcionárias resolveu romper o silencio e denunciar o que elas passaram com o ex-presidente da Caixa. Todas as funcionárias trabalhavam diretamente no gabinete de Pedro Guimarães. 

As servidoras da Caixa relataram que Guimarães realizavam toques íntimos sem a devida permissão, com abordagens invasivas e inadequadas. Fazia convites incompatíveis com as funções das funcionárias, sendo arbitrário em situações não correspondente as atribuições do cargo que as mulheres exerciam. Com as denúncias formalizadas, foi possível a abertura de uma comissão, que está em andamento para investigar as denúncias de assédio sexual sofridas por essas funcionárias. As investigações segue sob sigilo,  com o comando do Ministério Público Federal (MPF). 

Fonte: Site Metrópoles

William Gama é formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) e Mestrando em História (UNICAP). Gosta de produzir matérias de diferentes nichos em Mídias e Redes Sociais. Instagram: williamgama.J