
Fazenda da USP em Piracicaba, São Paulo fez controle da febre maculosa
Fazenda experimental do Areão teve registro da doença há 20 anos
Philipe Campos
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz em Piracicaba, São Paulo, desenvolveu um programa para realizar o controle do carrapato estrela que transmite a doença. Houve registro da doença na fazenda experimental há 20 anos.
Na fazenda vivem cerca de 30 capivaras, animal que é um dos principais hospedeiros do carrapato estrela.
O que fazem para combater o carrapato?
De acordo com o agrônomo e entomólogo, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Carloz Alberto Perez, existem vários produtos que podem ser utilizados para combater o carrapato “aqui na fazenda a gente utiliza produtos com ação carrapaticida para o controle desses carrapatos. E uma coisa bastante importante também é manter a grama bem baixinha porque quando a gente mantém a grama baixa os carrapatos não sobrevivem com a incidência da luz do sol. Nós temos usado bastante, desde o começo. Quando a gente começou esse programa, nós utilizamos algumas formulações especiais de lambda cialotrina, que são a um ingrediente ativo que ele se mantém na vegetação por aproximadamente duas a três semanas” explicou.
O pesquisador também explicou que o carrapato é bastante resistente. Na fase de larva, fica seis meses sem se alimentar. Quando é mais jovem, o famoso “micuim” fica até um ano sem comida. E o adulto sobrevive até dois anos sem alimento. Os carrapatos ficam alojados na ponta da vegetação para ter a chance de parasitar o primeiro hospedeiro que passar pelo local. Eles ficam agrupados, um em cima do outro, de tal forma que quando alguém passa pode ser “agarrado” por vários carrapatos juntos.
Mais de 60% de letalidade em Piracicaba
Dos 23 casos confirmados de febre maculosa em Piracicaba (SP) desde 2019, 14 levaram os pacientes à morte, o que representa uma letalidade de 60,9%.
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, da Vigilância Epidemiológica, e da Secretaria Municipal de Saúde apontam que em 2023, a cidade não tem registros da doença.
Confira abaixo os registros ao longo dos últimos quatro anos e meio:
2019: Dez casos confirmados e cinco mortes
2020: Seis casos confirmados e quatro mortes
2021: Cinco casos confirmados e quatro mortes
2022: Dois casos confirmados e uma morte
2023: Nenhum caso confirmado
A Bióloga do Centro de Controle de Zoonoes que faz o monitoramento da doença na cidade, Regina Lex Engel analisa que os números apontam para o controle da maculosa na cidade, tendo em vista a não confirmação da doença neste ano.
A Secretaria Municipal de Saúde também reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença.
O Centro de Controle de Zoonoes conta com equipe de profissionais que dão apoio no trabalho de controle da doença por meio de trabalhos educativos nas escolas públicas e particulares da cidade, além de empresas. A solicitação da visita orientativa deve ser feita por meio do SIP 156 ou pelo telefone (19) 3427-2400.
Fonte: Globo São Paulo e Região