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Linha 4 do Metrô na mira da polícia Federal

Polícia Federal faz busca e apreensão em casa de suspeitos de participar de esquema de propina na linha 4

André Lucas

Na última segunda-feira dia 7, a Polícia Federal, que investiga contratos ilícitos e distribuição de propinas na Linha 4 do Metrô, na operação “Fim do Túnel”, fez busca e apreensão em residências na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. A Linha 4 conecta a Estação General Osório, em Ipanema, na zona sul, ao Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade. A construção, que começou em 2010, foi concluída em 2016, para ser usada durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. 

A operação é um desdobramento da Lava Jato na luta contra a corrupção. Essa semana são 7 mandatos de busca e apreensão na sul e no centro da cidade. A suspeita é de caixa 2 durante a construção da Linha 4, o ex secretário de Transporte na gestão de Sergio Cabral, Júlio Lopez é o alvo principal da investigação. Além do secretário, empresários do ramo Rodoviário e da Saúde, também estão sendo investigados.

Segundo a Polícia Federal o material apreendido vai passar por uma análise da perícia, caso comprove o crime, os envolvidos responderão por lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Além da Polícia Federal o Ministério Público Federal e a Receita Federal também estão envolvidos. 

A Receita Federal afirma que o ex-secretário Júlio Lopez entre julhos de 2010 e março de 2015 recebeu da Fetransporte  indevidamente mais de 7 milhões de reais para beneficiar a empresa com o retorno do valor do bilhete único para as empresas.

A Receita Federal diz também que entre junho de 2010 e novembro de 2014 a Odebrecht pagou mais de 6 milhões de reais ao secretário, durante a obra, a propina foi a parte dele no desvio da verba.

Em nota a defesa de Júlio afirmou que seu cliente não cometeu nenhum crime durante seu mandato como secretário. “A defesa de Júlio Lopes vem expressar a sua perplexidade com a busca e apreensão desnecessária e abusiva, realizada na data de hoje. Ao longo de quatro anos de investigações, Júlio Lopes sempre se colocou à disposição das autoridades para explicar qualquer fato. Júlio Lopes não praticou nenhum crime ao longo de sua gestão na Secretaria de Transportes e, não por outra razão, as afirmações caluniosas de delatores nunca foram levadas a sério. A esdrúxula medida, que versa sobre fatos requentados, sequer poderia ter sido decretada pelo juízo da Sétima Vara Federal do Rio de Janeiro, por ofender a competência da Justiça Eleitoral, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal”, diz a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

Lopez é investigado também na operação Fratura Exposta e Ressonância Magnética, ele é acusado de receber três parcelas de R$250 mil do empresário Miguel Iskin.  

O secretário de Cabral já tinha sido delatado antes pelo subsecretário Luiz Carlos Velloso, que assumiu ter recebido R$3,5 milhões referentes a propinas referente ao metrô. Esse dinheiro passou pela conta da Corretora Ad Valor, e R$1 milhão foi usado para pagar contas pessoas de Lopez e Luiz Carlos.

Além de Lopez, o advogado João Maurício Ottoni de Araújo Pinho também estar na mira da investigação, apontado como operador do ex-parlamentar. O escritório de João Maurício não quis responder as ligações.