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Ministra dos Povos Indígenas desembarca no extremo sul da Bahia

Sônia Guajajara pretende participar de eventos e visitar áreas de conflito

Philipe Campos

Na última segunda-feira (19) desembarcou em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara para participar do Marco de Resistência do Povo Pataxó e visitar áreas de conflito. A ministra chegou juntamente com uma comitiva que foi recebida por indígenas, caciques e pelo coordenador regional da Funai com cantos e louvores típicos do povo Pataxó no aeroporto de Porto Seguro.

De acordo com o Ministério, Sônia Guajajara ficará na Bahia até hoje terça-feira (20) e a previsão é que, ao final da viagem, ela tenha visitado aldeias do território indígena de Barra Velha e de Cumuruxatibá, locais que registram episódios de violência devido a questão fundiária.

Junto com a ministra, chegou também uma comitiva composta por: a secretária de Gestão Ambiental e Territorial Indígena, Ceiça Pitaguary; o diretor de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas, Marcos Kaingang; e a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana.

Gabinete de crise

Em janeiro deste ano, um gabinete de crise foi instaurado para acompanhar a situação de conflitos por terras na região do extremo sul da Bahia, após dois indígenas da etnia Pataxó serem mortos a tiros na BR-101, no trecho da cidade de Itabela.

As vítimas tinham 17 e 25 anos e foram atingidas quando se deslocavam do Povoado de Montinho para uma das fazendas ocupadas pelo grupo indígena.

Após estes crimes a ministra instituiu a criação de um gabinete de crise para acompanhar a situação de conflitos. Ao menos seis indígenas foram mortos a tiros no sul e extremo sul da Bahia nos últimos oito meses. A Polícia Civil responsável pelas investigações diz que não é possível afirmar que existe relação entre os casos.

Em agosto do ano passado, indígenas afirmaram que “pistoleiros” cercaram as aldeias de Boca da Mata e Cassiana, que pertencem ao território indígena de Barra Velha, na região de Porto Seguro. De acordo com eles, o clima era tenso na região nos últimos dois meses, por causa da disputa de terras. Os indígenas contaram também que a fazenda São Geraldo, que fica bem próximo do limite das aldeias, tinha sido ocupada por parte do grupo. Eles afirmaram que buscavam a demarcação do território, mas fazendeiros e pistoleiros tentaram inibir novas ocupações.

Inicialmente, o gabinete deveria durar 60 dias, mas foi prorrogado por mais 45 dias. O prazo foi encerrado em maio e a visita da ministra visa avaliar, junto às comunidades indígenas locais, a situação atual da região.

Fonte: Globo Bahia