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Nova estrutura fiscal entra em vigor

A nova estrutura ou novo arcabouço fiscal foi enviado pelo governo ao Congresso em abril.

Philipe Campos

A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (23) a nova estrutura fiscal, projeto que substitui o atual teto de gastos como mecanismo que limita os gastos da União.

Foram 372 votos a favor e 108 contra o projeto que substitui o atual teto de gastos, mecanismo que limita os gastos da União.

A nova estrutura ou novo arcabouço fiscal foi enviado pelo governo ao Congresso em abril. Assim como o teto, também prevê limitar os gastos, mas é mais flexível: atrela a margem de crescimento das despesas ao aumento das receitas. A proposta possui gatilhos e sanções para caso de não cumprimento de metas fiscais.

Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão nesta terça-feira (23) Foto Pablo Valadares Câmara dos Deputados

Pontos do texto

Na última semana, os deputados aprovaram a urgência para o texto, o que garantiu que a proposta fosse direto ao plenário principal da Câmara, sem passar pelas comissões temáticas da Casa.

No contexto, o relator afirmou que a nova versão da proposta possui gatilhos e sanções para caso de não cumprimento de metas fiscais.

O texto prevê ainda que:

·         Sejam feitas avaliações bimestrais de receitas e despesas.

·         Que o crescimento dos gastos públicos fique limitado a 70% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1,4%);

·         Que o crescimento dos gastos públicos fique limitado a 50% do crescimento da arrecadação do governo, caso a meta não seja cumprida (exemplo: se a arrecadação subir 2%, a despesa poderá aumentar até 1%);

·         Mesmo que a arrecadação do governo cresça muito, será necessário respeitar um intervalo fixo no crescimento real dos gastos, variando entre 0,6% e 2,5%, desconsiderando a inflação do período.

O novo texto também prevê “gatilhos” que são mecanismos previstos que pretendem obrigar a contenção de despesas sempre que os gastos do governo ultrapassam certos limites.

Claudio Cajado, relator do projeto. Foto: Câmara do Deputados

Veja quais são eles:

·         Se as receitas não avançarem como projetado, o governo será obrigado a contingenciar despesas;

·         Se mesmo contingenciando despesas o governo não conseguir cumprir as metas fiscais (zerar déficit em 2024 e ter superávit em 2025 e 2026), gatilhos graduais serão acionados. Confira, a seguir, quais são eles.

1️º Caso o governo descumpra as metas fiscais no primeiro ano ficarão proibidos estabelecidas, no primeiro ano ficarão proibidos:

·         Criar cargos;

·         Alterar a estrutura de carreira;

·         Criar ou majorar auxílios;

·         Criar despesas obrigatórias;

·         Reajustar despesas obrigatórias acima da inflação;

·         Ampliar subsídios e subvenções;

·         Conceder ou ampliar benefícios tributários.

2️º Se no segundo ano o governo descumprir a meta novas proibições serão acrescentadas às existentes, como:

·         Aumentar e reajustar despesas com pessoal, como aumento de salários;

·         Admitir ou contratar pessoal, exceto para reposição de cargos vagos;

·         Realizar concursos públicos, exceto para reposição de cargos vagos.

Penalidades em caso de descumprimento das metas fiscais

O descumprimento não será considerado crime. Mas por outro lado, o descumprimento dos contingenciamentos e dos gatilhos, atualmente, já é uma infração à Lei de Responsabilidade Fiscal passível sim de punição.

Fora dos gatilhos: A pedido do presidente Lula, o relator do projeto deixou fora dos gatilhos as regras de contenção de despesas como reajuste real do salário-mínimo, com aumento acima da inflação.

Fonte: Globo Política / Câmara dos Deputados