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O amor ao próximo é a “arma” contra a intolerância

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As denúncias de discriminação religiosa são recebidas através do Disque 100 (Disque Direitos Humanos). Segundo informações da Secretaria Especial de Direitos Humanos, órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Cidadania, o número de ocorrências desse tipo aumentou 3.706% nos últimos cinco anos. As religiões africanas são, em grande parte, os principais alvos.

A estudante e evangélica Juliany Fernandes, do Rio de Janeiro (RJ), lamenta que fatos assim ocorram. “Há pessoas que não sabem respeitar a maneira como cada um é. Se você sabe que alguém faz algo errado deve alertar, mas não perturbar com o assunto toda a hora”, ensina. Na opinião de Juliany, há pessoas que se utilizam da religião pra criticar o próximo e o correto não é isso.

Kathe
Katherine Rocha

Katherine acredita que esses atritos entre as religiões ocorram em parte pela competitividade no campo financeiro. “Nós brasileiros ainda pecamos por não saber respeitar a liberdade do outro”, lamenta. A professora pede mais rigor das autoridades nas punições aos infratores. “A Constituição Federal prevê a liberdade de culto religioso. Então, para que essas infrações não voltem a ocorrer, é importante punir de forma rigorosa esses infratores”, exige.

Moisés destaca que o Brasil é um país extremamente religioso e desde sua colonização católica foi sectário e avesso a outros tipos de crenças. Ele acredita que com a liberdade de culto conquistada nos dias atuais, essa realidade não se modificou. “Se deixa de enxergar o ser humano por trás da ideia ou fanatismo religioso que o motiva, para se atacar ou ser intolerante com sua crença. Na verdade, esquecemos que Jesus foi revolucionário nesse aspecto e trocou a intolerância pelo amor e a discussão de ideias religiosas vazias por exemplos éticos morais”, ressalta.

O católico Agostinho Bezerra, Guto, de Brasília (DF), não percebe conflitos religiosos no Brasil. “Se esses problemas existem, as lideranças devem tomar as rédeas e passar o entendimento do respeito”. Guto alerta que Deus é o centro, e as formas de reverenciá-lo devem ser respeitadas. “Desde que não firam os bons costumes”.

A dona de casa, Amanda Santos, do Rio de Janeiro (RJ), já teve problemas relacionados à intolerância. “Minha família toda é de evangélicos e não aceitam que eu tenha adotado o espiritismo”, conta. Amanda declara que já foi umbandista durante anos, mas atualmente aderiu ao Kardecismo. “Sou vista como a ovelha negra e filha do “capeta” por eles, que já tentaram até me exorcizar, para espantar os demônios do meu corpo. Nem ligo para isso. Faço o evangelho do lar e sigo com a prática da caridade e do amor ao próximo”, revela. Amanda conta que a escolha pelo espiritismo se deve ao fato do mesmo ter dado a ela as respostas que tanto procurava. “Faz alguns anos que passei por uma grande tragédia e só obtive o conforto de que precisava para atender e aceitar aquela situação através da doutrina” garante.

Guto
Guto Bezerra

Geovana acredita que as pessoas não estão respeitando o espaço e a opinião do outro. “Eles se utilizam de uma forma ignorante para expor essa não aceitação”, lamenta. Ela afirma que não vivencia problemas desse tipo. “Sempre tive muito respeito com as escolhas dos outros e exijo o mesmo em relação a mim”, alerta.

Jeová
Jeováh Souza

Jeováh aconselha que, mesmo não aceitando a religiosidade do outro, é necessário que haja respeito mutuo. “É necessário que as pessoas conheçam melhor a forma de adoração ou de cultuar de cada pessoa”, declara o baiano.

Respeito e tolerância são as palavras chaves para lidar com essa situação. Moises acredita que a aceitação das pessoas e as suas próprias verdades deve ser um bom principio cristão. “A minha própria verdade deve ser tão humilde e sensata expressão de um verdadeiro exemplo de vida que conquiste sem coerção”, finaliza.