Ópera na Tela apresenta “Alceste” em versão francesa
A programação de março do projeto Ópera na Tela, do Cine Lìbero Luxardo, irá exibir duas peças. Amanhã, 15, o público assiste “Alceste”, ópera em três atos dirigida por Krzysztof Warlikowski, com regência de Ivor Bolton, incluindo a participação da Orquestra e Coro do Teatro Real de Madrid. Na próxima terça-feira, 22, será a vez do clássico “O Barbeiro de Sevilha”. Ambas as exibições ocorrem às 19h, com ingressos a R$ 10 e meia-entrada para estudantes.
Em “Alaceste”, o Rei da Tessália, Admeto, está à beira da morte. Porém, seu Sumo Sacerdote revela que ele será poupado, caso alguém morra em seu lugar. Sua esposa se oferece em sacrifício, mas ao se recuperar, Admeto não quer viver sem ela. Promessa feita, a esposa, Alceste, morre. Nas palavras do maestro Ricardo Prado, uma história fascinante e próxima de uma personagem bem real:
“Uma rainha loira, elegante, contida. Uma entrevista para a televisão, dividida entre o desejo do alívio da confissão e o dever do recato protocolar. O assédio de funcionários e clérigos, o institucional sobre o emocional, a eminência da tragédia. Não há relação direta entre as histórias de Alceste e Lady Di. Mas há as circunstâncias: mulheres apaixonadas e mães zelosas diante de reis e príncipes que podem fraquejar diante de suas escatologias”, afirma.
A verdade é que quando Christoph Willibald Gluck (1714-1787) a compôs, ambicionava reformar a Ópera, queria fazer ela voltar a ser teatro sofisticado, grande arte, e entendia que a música deveria estar a serviço do texto poético. Para isso, reduziu o contraste entre árias e recitativos, criando um fluxo dramático pela continuidade musical; como no teatro grego, transformou o coro em mais um protagonista, em sua obra, representando o povo da Tessália – sempre presente.
De forma genial, o autor deu à orquestra uma expressividade que permite, desde a abertura, sensibilizar a plateia para as emoções que virão. “Esta obra mostra, com a transmissão de óperas nos cinemas, como a linguagem cinematográfica passa a influir – feliz e decisivamente – na linguagem das óperas. Além da música, do texto e dos elementos cênicos, somos tocados, a todo momento, quase que em ‘sustos’, por detalhes expressivos, olhares, trocas de olhares – sutilezas que a ópera, na distância dos palcos, não permitia”, declara o maestro.
Assista
Ópera na Tela apresenta:
“Alceste”| Amanhã, 15, às 19h
“O Barbeiro de Sevilha| Dia 22, às 19h
Onde: Cine Líbero Luxardo (Térreo do Centur)
Quanto: R$ 10 (R$5, meia)