Skip links

Pfizer desiste de liberação emergencial no Brasil

Empresa afirma que as exigências especificas da Anvisa faz o processo ser muito demorado

André Lucas

A vacina da Pfizer desistiu do uso emergencial no Brasil. A empresa estadunidense culpou a Anvisa (Agência Nacional Vigilância Sanitária) pela sua saída, em nota Pfizer informou que a burocracia e exigências da agência retarda o processo de liberação. 

“As condições estabelecidas pela agência requerem análises específicas para o Brasil, o que leva mais tempo de preparação. Um exemplo é a solicitação de uma análise dos dados levantados exclusivamente na população brasileira, o que demanda tempo e avaliações estatísticas específicas. Outras agências regulatórias que possuem o processo de uso emergencial analisam os dados dos estudos em sua totalidade, sem pedir um recorte para avaliação de populações específicas, A submissão de uso emergencial também pede detalhes do quantitativo de doses e cronograma que será utilizado no país, pontos que só poderão ser definidos na celebração do contrato definitivo”. 

A empresa norte americana no dia 14 de dezembro, teve uma reunião com a Anvisa, no intuito de esclarecer as dúvidas e acelerar o processo de liberação emergencial. Porém as exigências brasileiras são específicas, o que torna o processo mais demorado. 

Além disso, a Anvisa também exige quantidade de doses disponíveis e cronograma de entrega das doses no Brasil, questões que no ponto de vista da empresa Pfizer, só podem ser decididas depois de um contrato já assinado com o governo brasileiro.    

Com base nisso, a empresa norte – americana optou pela desistência do uso emergencial, mas, a empresa continua com o processo de regulamentação para o registro concreto na Anvisa. 

“A Pfizer já submeteu à Anvisa, pelo processo de submissão contínua, nossos resultados estudos Fase 3, o que significa mais um passo rumo à aprovação de nossa vacina”, esclarece a nota emitida pela empresa.  

A relação da empresa com o governo brasileiro.

A Pfizer e Jair Bolsonaro não se entenderam muito bem dês do começo, nos últimos dias uma nova discussão entre o presidente e os representantes da empresa no país, Bolsonaro disse: 

“O Brasil tem 210 milhões de habitantes. Então, o mercado consumidor de qualquer coisa é enorme. Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender pra gente? Por que que eles, então, não apresentam a documentação na Anvisa?” a declaração foi no Palácio da alvorada em Brasília, em conversa com apoiadores.

Bolsonaro concluiu suas declarações falando sobre o medo dos efeitos colaterais que a vacina pode trazer.  

“Só que aqui tem um detalhe. Eu já falei que o povo vai saber que na bula, nos contratos, que eu vi até agora, tá escrito lá: não nos responsabilizamos por efeitos colaterais. Que efeito colateral é esse? Não sei. Não vou nem fazer uma brincadeira aqui porque falam depois que eu estou zombando”.  

O presidente ainda insinuou que os laboratórios de pesquisa que estão desenvolvendo a vacina estão de olho na verba de 20 bilhões liberadas pelo ministério da saúde via medida provisória. 

A resposta veio em uma nota entregue ao Jornal Nacional , da tv Globo, a empresa afirmou que “quer, sim, vender para o Brasil, mas que o processo aqui exige mais tempo”. 

A vacina norte americana ainda segue aguardando o registro na agência brasileira, apesar de ter desistido da liberação emergencial, a empresa ai estar no processo contínuo para conseguir a liberação formal e concreta da Anvisa.