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Polícia Civil encontra a CPU sumida da Riotur

O computador é peça fundamental para entender o QG da Propina

André Lucas

Policiais Civis encontraram uma CPU no prédio da Riotur na cidade nova na Barra. O computador estava escondido no forro do quinto andar da cidade. No quinto andar do prédio. Os policiais que o acharam fazem parte da coordenadoria  de investigação de agentes com fórum, e estão encarregados de investigar a denúncia de distribuição de propina na gestão do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. 

Segundo as investigações, Rafael Alves, irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves, usava salas da Cidade das Artes para negociar propinas em troca de contratos e outras irregularidades. A CPU, que tinha uma identificação de patrimônio da Prefeitura, estava vazia. 

O equipamento estava na antiga sala da Riotur, onde trabalhava o então vice-presidente da Riotur, Lucio Macedo. Depois da chegada do novo prefeito, houve uma mudança na organização, a Riotur foi para o quarto andar, enquanto o quinto andar foi cedido a Cidade das Artes. 

A CPU foi encontrada inicialmente por um grupo de manutenção que perceberam um vazamento no forro do teto, ao remover o gesso um dos técnicos viu o computador escondido. O serviço foi paralisado e só retornou nesta terça, depois de 4 dias de isolamento. 

O ex-vice-presidente de relações institucionais da Riotur, afirmou que saiu da prefeitura antes das denúncias de distribuição de propinas dentro da sala da Riotur. 

“Pelo que eu sei, após minha saída houve uma reforma no ambiente físico e várias pessoas ocuparam a sala. Meu trabalho na Riotur sempre foi técnico, com base na experiência que adquiri inclusive prestando consultoria no Sebrae e como professor convidado da FGV.” 

Fabrício Villa Flor De Carvalho, que presidiu a Riotur de março a dezembro de 2020, disse que nunca usou a sala e que não tem ideia de qual seja o motivo para ter uma CPU no forró. 

“Fiz a transição, deixei meu computador lá, sequer troquei a senha. A única observação que tenho é que, nas buscas que fizeram ano passado na Cidade das Artes, eles chegaram até a procurar objetos no forro.” 

Apesar de Marcello Crivella não ser mais Prefeito, a investigação continua na coordenadoria de investigação de agentes com Fórum, porque a justiça ainda não transferiu a investigação do caso para a Polícia Civil comum.  

Com a prisão, Crivella se torna o primeiro prefeito a se juntar a uma longa lista de políticos do Rio de Janeiro presos, que incluem os ex-governadores Moreira Franco, Luiz Fernando Pezão, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Sérgio Cabral. 

Crivella foi preso no dia 22 de dezembro, junto com ele foram preso na mesma manhã,   o empresário Rafael Alves, apontado como operador do esquema; Fernando Moraes, delegado aposentado; Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Crivella; além dos empresários Adenor Gonçalves dos Santos e Cristiano Stockler Campos. 

Foi o ministério público que denunciou todos eles por lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva, e organização criminosa. Segundo o ministério público o valor arrecadado, com as propinas em troca de facilidades de contrato com empresas, chega a R$ 50 milhões.