
Pressão alta e seus cinco principais vilões
Mais de 30 milhões de brasileiros vivem com hipertensão no Brasil.
Philipe Campos
A pressão alta, ou hipertensão como também é chamada, é uma doença influenciada por diversos fatores. Pode-se dizer que a genética é um desses fatores, o consumo excessivo de sal, uma má alimentação e sedentarismo tem impacto negativo podendo tornar uma pessoa saudável em hipertensa. Atualmente mais de 30 milhões de brasileiros vivem com hipertensão, a taxa de mortalidade a cada 100 mil habitantes passou de 11,8 óbitos em 2011 para 18,7 em 2021, maior índice em 10 anos.
De acordo com médicos especialistas, é importante colocar um freio nos vilões que aumentam as estatísticas nas últimas décadas. Os principais vilões são:
1 – Genética
É um dos principais fatores de risco para a pressão alta: está presente em 30% a 50% dos casos. Portanto, quase todo mundo com um caso na família tem uma chance maior de desenvolver a doença. Diferentemente de outras doenças que podem ser “herdadas”, no caso da pressão alta não existe um único gene específico que leve à condição. Geralmente, é um conjunto de genes que podem estar alterados e que interagem com fatores externos, como a alimentação.
2 – Excesso de sal
Depois da genética, o excesso de sal é o fator de maior influência para a doença. Estudos científicos mostram que a pressão arterial de pessoas que consomem muito sal foi até seis vezes maior do que a pressão arterial de pessoas que ingeriram as quantidades recomendadas. O brasileiro consome, em média, 9,3 gramas por dia, muito acima da recomendação da Organização Mundial da Saúde, que é de 5 gramas diárias, que equivalem a 2 gramas de sódio. Segundo o Ministério da Saúde a obesidade, que também é um fator de risco, atinge mais de 6 milhões de pessoas no Brasil.
Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, 40,3% dos adultos foram classificados como insuficientemente ativos (que não praticam atividade física ou praticam menos de 150 minutos por semana, levando em consideração lazer, trabalho e deslocamento.
4 – Cenário socioeconômico
As taxas de hipertensão diminuíram nos países ricos e aumentaram em muitos países de baixa ou média renda entre 1990 e 2019, de acordo com um estudo da OMS e da Imperial College London publicado na Revista Lancet em 2021. Isso coloca as condições socioeconômicas de um país como fator relevante para a pressão alta, por conta da falta de acesso ao diagnóstico e ao tratamento corretos, mesmo que a hipertensão seja uma doença fácil de diagnosticar e com remédios considerados de custo baixo.
5 – Idade
Quanto maior a idade, maiores são as chances de se ter pressão alta. Cerca de 60% das pessoas com 60 anos ou mais têm hipertensão no Brasil. Com a idade avançada e sem tratamento, aumentam as chances de a doença ser fatal. Não diagnosticar e não tratar a hipertensão leva a complicações, alertam os especialistas, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), entre outras.
Como prevenir e controlar a hipertensão?
· Comer de forma saudável: Estudos apontam para o consumo ponderado de frutas, verduras, legumes, cereais, leite e derivados, com pouca gordura e pouco sal. Além de verduras, legumes, frutas, laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais, peixes, aves e nozes, e um menor consumo de carnes vermelhas e processadas, sódio e bebidas açucaradas.
· Exercitar-se: Fazer atividade física ajuda a reduzir a pressão arterial, segundo a ciência. A OMS recomenda a prática moderada de 150 minutos por semana ou 75 minutos por semana de um treino mais intenso. Dá para fazer exercícios aeróbicos (caminhada, corrida ou natação) ou exercícios resistidos (musculação, funcional). Busque ajuda com um profissional de educação física.
· Tabaco e álcool: O consumo de cigarro e bebidas alcoólicas em excesso não fazem bem para a saúde, inclusive para a pressão arterial.
Fonte: Globo Saúde