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Um dos mais amados do Brasil

À primeira vista, muitos não deram muita atenção a ele, porém com o passar do tempo o Fusca foi se tornando um dos veículos mais queridos de todos os tempo

Marcelo Carvalho

No Brasil, ele surgiu em 1953, sendo considerado como um dos carros mais populares da história. Esse simpático carrinho ganhou definitivamente o coração de grande parte da população brasileira. Para se ter uma ideia, muitos o tiveram como o primeiro automóvel. E há aqueles ainda conservam o modelo como uma espécie de relíquia preciosa.

Por exemplo, o gráfico, Francisco da Silva Barbosa, morador da cidade de Capetinga, Minas Gerais. Kiko, como é conhecido, é um dos apaixonados pelo carrinho. E esse sentimento surgiu a bastante tempo. “Começou ainda quando criança nos anos 80. Eu ia com meu pai visitar meus avós em São Roque SP. Meu avô tinha um fusca 66 azul e era o xodó dele e da minha tia caçula.  Eles ficaram com o fusca até ele desmanchar por falta de recursos para reforma infelizmente”, lembra.

Segundo Barbosa, o carro fez parte da vida de seus familiares também. O primeiro carro do seu irmão mais velho também foi um fusca. E aos, 18 anos, Kiko comprou o seu primeiro fusca. “Foi um modelo 69 branco lindo novinho… depois tive um 79 marrom. Fiquei alguns anos sem ter fusca, e há 3 anos comprei um modelo 73 amarelo, caindo aos pedaços para restaurar, e graças a Deus consegui terminar a reforma há seis meses”, revela ele, que tirou sua carteira de habilitação em um fusca também..

Francisco acredita que a maior qualidade do automóvel é a sentimental. “Ele nos remete ao prazer de estar relembrando momentos felizes ao lado de pessoas especiais”, declara.  O mineiro também cita a mecânica com outra qualidade do veículo. “É uma mecânica simples”, define.

Ao lado do Fusca, o mineiro Francisco Barbosa e seu netinho Bernardo. Foto: arquivo pessoal

Uma fuskeira muito apaixonada

Roseli Guilherme Gonçalves, a Rose, também possui um sentimento totalmente especial pelo veículo. “Sou verdadeiramente apaixonada pelo Fusca”, derrete-se. Rose faz parte do Grupo Fuskeiros da Capetinga/MG.

Segundo ela, é uma relação de amor e amizade de vários anos, desde criança. “Lembro de meu saudoso pai, Antônio Bernardo, conhecido como Tõe do Bernardo, mecânico e apaixonado por veículos antigos”. Em toda sua vida ele teve vários veículos, incluindo o fusca. A oficina do meu pai era do lado da minha casa, fui criada no meio de veículos”, revela.

Roseli Gonçalves e seu saudoso pai, Antônio Bernardo Gonçalves. Foto: Arquivo pessoal

O Fusca faz parte da história da família de Rose. De acordo com a fuskeira, sua tia teve fusca e seu pai durante sua vida teve vários. Ela conta que aprendeu a dirigir em um fusca e isso me marcou muito. “Quando era moleca ainda, minha tia deixava a mim e a meus irmãos a dirigir o fusca dela. Me recordo como se fosse hoje… belas recordações de quando íamos buscar jabuticaba no sítio com o fusca verde”, lembra.

Além disso, Roseli conta que teve o prazer de conviver no meio dos automóveis que seu pai possuía. No final da década de 1990, seu pai comprou um fusca 94, que está na família até hoje.  Em 2013, ele comprou um fusca 1986, segundo dono. Segundo ela, na ocasião seu pai lhe disse “esse fusca estou passando para você porque ele é muito bom, tudo original, uma relíquia a ser guardada”. “E realmente é uma relíquia que tenho”, garante Rosi, que o apelidou de Diamante. “Não é apenas um veículo qualquer, tem um valor sentimental para mim. É minha paixão”, garante.

Cheio de qualidades

Para a fuskeira, o veículo possui várias qualidades como, por exemplo, originalidade, direção fácil, sendo um ótimo instrumento de trabalho e lazer. “Vou em qualquer lugar com ele, é um carro que encara qualquer parada… quando passo com ele nas rodovias, chama a atenção! Na estrada de chão é ótimo”, garante.

Rosi destaca que o seu fusca atende bem em qualquer situação, além de ser o mais é econômico. “O único problema talvez seja o espaço interno pequeno, mas meu fusca tem um coração gigante, já coube oito pessoas dentro”, garante rindo.

Acima de tudo, fuskeira se orgulha de ter participado de vários encontros de carros com seu pai e sua mãe. “Eu no Diamante e ele no Fusca 94, o Pratão. Até mesmo quando estava doente e debilitado fazia questão de ir e eu o acompanhei. Antes de falecer ele me disse que era para eu continuar a sua história, de levar os nossos fuscas aos encontros e passeios por esse Brasil afora. Eu continuei e continuo fazendo sua história”, revela.  

Roseli declara que faz parte de vários grupos de carros antigos, onde teve a oportunidade de conhecer vários outros apaixonados peço Fusca. “Em 2017, promovi o 1º Encontro de Carros Antigos de Capetinga. E, em 2019, o 2º Encontro, os dois em homenagem ao meu saudoso pai!  Um Sucesso”, finalizou!

Como surgiu o Fusca

No ano de 1932, o alemão Ferdinand Porsche iniciou os esboços de projeto de um novo carro que se chamaria “Volkswagen”, que em alemão significa “carro do povo”. O governo alemão se interessou pelo projeto, investindo 200 mil marcos para a fabricação de três protótipos.

Curiosidades sobre o Fusca

  • O apelido Fusca foi dado pelos brasileiros. O nome original do veículo é Volkswagen Sedan;
  • O veículo completa em 2021, 62 anos;
  • Foi o carro utilizado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, recebendo o nome de ‘baratinha”;
  • No dia 3 de janeiro de 1959, nascia o primeiro fusca com 54% de peças nacionais;
  • O Fusca tinha nomes diferentes em mais de 40 países por conta de seu design inovador. Entre eles, os mais conhecidos são o Beetle (Inglaterra e Estados Unidos), Käfer (Alemanha), Maggiolino (Itália), Vocho (México), Coccinelle (França), Escarabajo (Espanha) e Bug (Estados Unidos). Aqui no Brasil, o modelo foi oficialmente batizado em 1983 e ganhou junto os apelidos de Fuca, Fuqui ou Fusquinha;
  • O carro foi produzido até 2003. O último exemplar marcou o fim da longa produção de 65 anos. Para se ter uma ideia foram fabricados 21;529.464 unidades. Essa marca torna o modelo único mais produzido do mundo em todos os tempos.

Foto de chamada: Renato Capeleti/Divulgação