Skip links

VIVA O SUS: Exoesqueleto chega ao SUS por 200 mil dólares

Tecnologia poderá trazer de volta movimentos para pessoas que sofreram deficiência severas como perda de movimentos de todo o corpo.

Philipe Campos

Na manhã desta sexta-feira (2), uma novidade tecnológica que promete mudar a vida de milhares de pessoas chegou ao Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede Lucy, gerida pela Secretaria de Saúde de São Paulo, adquiriu para o Brasil, dois exoesqueletos por 200 mil dólares, equivalente a pouco mais de 1 milhão em real brasileiro. A tecnologia é um avanço tecnológico de importância inestimável que permite que pessoas com deficiências motoras severas andem, agachem, se movam para os lados e até subam degraus.

A tecnologia desenvolvida pela startup francesa Wandercraft, chegará ao Brasil até o fim deste mês de junho e será utilizada pela instituição especializada em tratamentos avançados de reabilitação em São Paulo.

Uma das primeiras a testar a nova tecnologia foi a senadora Mara Gabrili, que ficou tetraplégica em 1994, após sofrer um acidente de carro.

De acordo com a senadora, “usar o exoesqueleto é como reviver memórias e me levar de volta ao passado, quando eu corria maratonas. É como se meu corpo reconhecesse o movimento e estivesse pronto para andar novamente depois de 28 anos do acidente que me deixou tetraplégica. A sensação pode ser resumida em uma palavra: liberdade” explicou.

A experiência da senadora ao usar o exoesqueleto viralizou na internet e fez refletir a respeito de sua condição e como ela se conecta com a forma como nós nos enxergamos. Ela também enxerga com bons olhos que governos estaduais pelo Brasil afora possam seguir a atitude de São Paulo e implementarem os exoesqueletos. “Quando a gente investe em saúde e qualidade de vida entre a população, estamos também cuidando dos cofres públicos. Investir em tecnologia de saúde garante sustentabilidade para o nosso SUS. É olhar para a saúde como um todo. Gestores públicos com essa visão vão trabalhar para ter exoesqueletos em seus centros de reabilitação”, ressaltou.

Como funcionam os exoesqueletos

Os modelos que chegarão ao Brasil chamam-se Atalante. Com vida útil projetada de cinco anos, os aparelhos podem ser usados por pacientes de até 90 kg. Eles funcionam de cinco formas:

·         Trajes robóticos, os exoesqueletos são acoplados ao corpo humano para reativar e ajudar na movimentação;

·         Quando “veste” o exoesqueleto, o usuário dispensa andadores e conta com um sistema de controle de equilíbrio que dá maior estabilidade. Ainda que se incline, o paciente não vai cair porque o robô mantém seu equilíbrio;

·         O equipamento é programado para funcionar base nos objetivos do paciente;

·          A tecnologia usa a força do próprio corpo para permitir que o paciente ande; o modelo não funciona com captação de impulsos cerebrais, já que não há eletrodos conectados ao cérebro.

·         Poderá ser usado por pessoas com lesão medular, Parkinson, esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, traumatismo cranioencefálico, entre outras doenças ou condições que impactam os movimentos.

O futuro do exoesqueleto

A tecnologia ainda não está disponível em larga escala. Mas de acordo com especialistas no assunto como a professora da USP e idealizadora da Rede Lucy Montoro, Linamara Rizzo, aponta que o desejo é no futuro permitir que pacientes levem exoesqueletos para casa da mesma forma como ocorre hoje com cadeiras de rodas motorizadas. “Por enquanto, é uma tecnologia de treinamento para desenvolvimento da melhora clínica. Mas no futuro poderá ser um equipamento de uso pessoal”, explicou.

A versão do exoesqueleto usada no Brasil é indicada para pacientes adultos. A estrutura pesa em média de 8 a 9kg. A produtora da tecnologia está trabalhando atualmente em uma versão pessoal que pode ser levada para casa. Além de Estados Unidos, França e agora Brasil, a empresa pretende expandir seu mercado e levar o exoesqueleto para a Alemanha e Espanha.

Fontes: Uol Inovação