Andie Carolina
Caro leitor, aposto que você seja homem ou mulher, já leu e ouviu inúmeras vezes sobre a palavra “Empoderamento”. Mas será que você realmente sabe o significado deste termo na prática?
De uma forma muito simples, o empoderamento pode ser entendido como o ato de tornar alguém poderoso. Mas ao contrário do que muitas pessoas pensam, isso não está, necessariamente, relacionado com a característica negativa da superioridade. Ser empoderado nada mais é do que ter o domínio sobre as próprias escolhas e consequentemente, se posicionar tanto no sentido social, quanto no sentido político e cultural. A partir daí, entende-se que pessoas empoderadas apenas buscam igualdade por meio da autonomia.
Cultura machista
Dito isso e evidenciando a importância do empoderamento para a evolução e melhoria da sociedade, fica a pergunta: por que então, o empoderamento feminino incomoda tanto, principalmente os homens?
Desde os primórdios, o sexo masculino sempre foi tachado como exemplo de segurança e equilíbrio. Ser homem era o mesmo que ser um sujeito forte, provedor e o principal tomador de decisões dentro das famílias. Com a chegada do feminismo e do empoderamento da mulher, esse papel construído pelo patriarcado passou a sofrer grande ameaça, já que agora, o “sexo fraco” não se limita mais a ser mãe, esposa e dona de casa, posicionando-se dentro do mercado de trabalho, contribuindo com a renda familiar e logo, obtendo mais voz e voto em temas que antes, o único som que se ouvia era do silêncio.
O empoderamento não deu asas à mulher apenas no sentido profissional e financeiro, mas também no sentido amoroso, sexual e pessoal. Agora, sentem-se muito mais livres para se posicionarem dentro dos relacionamentos e estabelecer limites, decidem o que fazer com o próprio corpo, quebrando tabus relacionados ao prazer feminino, a maternidade, entre outros. E obviamente, a sociedade machista que aplaude essas mesmas posturas nos homens, ainda “sofre” para se adaptar a essa nova realidade que “tira” dos homens certos privilégios. Afinal, vai dizer que você nunca ouviu a frase “Ah, ele pode! Ele é homem!”
Coisas de homem
Pasmem! A mulher também pode! Pilotar um avião, dirigir um caminhão, gerenciar uma grande empresa, governar um país e inclusive brilhar no esporte popularmente conhecido como “Coisa de Homem”, o futebol. Marta, a jogadora da seleção brasileira feminina de futebol, foi reconhecida pela CBF como a maior artilheira usando a camisa verde e amarela, deixando para trás nomes como Pelé e Neymar. Mas não podemos negar que entre os muitos desafios enfrentados pelas mulheres, a desigualdade salarial é algo que espanta. Enquanto Marta, por exemplo, era remunerada com 400 mil reais por mês, o “Menino Ney”, recebe 4 milhões de euros mensalmente. Olhando o mercado de uma forma mais geral, pesquisas sobre o tema apontam que o salário dos mulheres pode ser até 40% mais baixo que o dos homens, mesmo quando estão ocupando o mesmo cargo.
Segundo a jornalista Cynara Menezes escreveu em seu site Socialista Morena, em 2015, “quanto mais as mulheres se empoderam, mais rejeitam a monotonia dos rótulos e a submissão ao homem”. Sete anos depois, essa fala se faz cada dia mais atual. Assim como a sua inteligente opinião de que a rejeição da sociedade ao empoderamento nada mais é do que uma forma de evitar que as minorias lutem pelo que realmente vale a pena lutar, abaixando a cabeça e assim, cedendo ao conformismo. Mas longe de ser uma demonstração de inteligência, para Cynara, isso nada mais é do que a constatação da burrice. Então, não sejamos burros. Lugar de mulher é onde ela quiser!
Saiba mais
Na primeira edição do #RCNEntrevista o jornalista Marcelo Carvalho entrevista a coordenadora do Núcleo de Estudos Feministas, Milena Lemos. Na pauta estão assuntos como Feminismo, Situação da Mulher no Brasil, Misoginia, Machismo, Políticas Públicas e muito mais.
Andie Carolina é graduada em Publicidade e Propaganda. E, apaixonada por música, séries, televisão e cinema. Instagram: @AndieCarolinaP
