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Intercâmbio cultural é benéfico mas requer cuidados

Nathalie Depieri

Viajar, conhecer outras culturas, aprender um novo idioma. Os motivos que levam uma pessoa a fazer um intercâmbio são muitos. Porém, tal iniciativa precisa de planejamento e pesquisa. Agindo assim, as possibilidades de algo dar errado são minimizadas.

Pé na estrada

O Intercâmbio, de maneira geral, se refere a qualquer experiência vivida no exterior. Existem vários tipos deles que podem ser escolhidos de acordo com a necessidade de cada indivíduo, como por exemplo, intercâmbio profissional, acadêmico, de idiomas e cultural. Em um intercâmbio cultural, por exemplo, pessoas passam um período determinado em outro local (geralmente outro país), com o objetivo de experenciar uma nova cultura, aprender um novo idioma e colecionar novas experiências.

Segundo o levantamento Selo Belta, realizado pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, 15,4% dos interessados planejam a viagem para o segundo semestre deste ano, enquanto 28,6% estão de olho em concretizar o plano no 1º semestre de 2024, e 21% esperam viajar em 2025 ou em data posterior .

“A pesquisa Selo Belta 2023 mostrou que há um interesse genuíno dos estudantes pela experiência internacional. Mas só isso não basta. Todos os fatores do destino escolhido, como qualidade de vida do país e do ensino escolhido, precisam ser pensados na hora de realizar a experiência, pois impactarão diretamente no investimento final”, explica Alexandre Argenta, presidente da Belta, em entrevista ao Valor Investe.

Benefícios

Entre as principais vantagens relatadas por intercambistas estão:

  • Autoconhecimento e autodesenvolvimento: viver, mesmo que por um período determinado, em outro país, pode proporcionar situações que provoquem a reflexão sobre quem somos, o que queremos e nos ajude a construir a nossa identidade através dos desafios enfrentados.
  • Conhecer uma nova cultura: grande parte de quem somos é resultado dos costumes, princípios e vivências próprios do lugar de onde viemos. Descobrir outras formas de se relacionar, um novo idioma, os hábitos e sabores culinários pode ajudar a desconstruir a nossa visão de mundo e mostrar que existem outras perspectivas.
  • Novas amizades: novas experiências são proporcionadas, quase sempre, por pessoas. Ter a oportunidade de trocar conhecimento e histórias de vida pode ser um dos maiores ganhos de um intercambista disposto a colecionar momentos e histórias.

Surpresas podem ocorrer

No entanto, as diferenças nem sempre são encantadoras. Por exemplo, os intercambistas nem sempre se adaptam e nem todos os países são receptivos. Vale lembrar que, apesar do avanço tecnológico e do crescimento da internet nas últimas décadas, o mundo continua apresentando divergências significativas.

Entre as dificuldades relatadas está o idioma: estudiosos indicam que a forma mais rápida e eficaz para aprender uma nova língua é através da prática, por isso o intercâmbio é muito procurado por estudantes. Entretanto, viajar para um país sem o mínimo de preparo e familiaridade com o idioma pode ser desafiador e, em algumas situações, até perigoso.

Outro problema, que pode ser enfrentado, é a questão burocrática, desde documentos exigidos para o embarque até os exigidos para hospedagem e dia a dia, além das diferenças sociais e políticas.

Foco e clareza nos objetivos

Por isso, quem está interessado em viver essa experiência, mas não sabe por onde começar, confira algumas dicas importantes:

O que você está buscando? O primeiro passo que um intercambista deve colocar em prática é definir o seu objetivo, isto é: se deseja estudar, trabalhar, aprender um novo idioma ou focar na questão multicultural. A resposta a essa pergunta está diretamente ligada a todas as outras etapas do planejamento.

Escolher o destino: é preciso pesquisar quais destinos são os mais procurados de acordo com o seu objetivo. Por exemplo, pessoas que viajam com o objetivo de aprender inglês têm como principais destinos Austrália, Estados Unidos, Inglaterra, Irlanda, entre outros.

Além disso, definir a cidade de permanência também é fundamental, pois elas oferecem condições e estruturas específicas para a população local.

Outra questão a se considerar, para facilitar a adaptação, é o clima. Se o seu país de origem apresenta temperaturas mundo diferentes do seu destino, talvez seja necessário repensar a sua escolha ou se dedicar mais ao preparo de recursos para lidar com mais essa diferença.

Tempo de permanência e valor: de acordo com o objetivo é preciso estipular um determinado período para a sua permanência. Essa etapa é fundamental para que se possa planejar o valor investido no intercâmbio e pode ser um diferencial em relação a autorizações de ingresso e permanência para determinados países, uma questão que nos leva ao próximo passo.

Visto e formas de ingresso: nem todos os países exigem visto para que se possa ingressar em seu território. Depois de escolher o destino, pesquise como funcionam as questões burocráticas relacionadas à visto, passaporte, vacinas exigidas, se o país exige uma quantia específica em conta etc.