Skip links

Em Salvador, Rodoviários decretam greve

Circulação dos ônibus só param após reunião com concessionárias e com o Ministério do Trabalho e Emprego

Philipe Campos

Clique para ouvir a notícia.

Pelo decorrer dos fatos ocorridos durante a Assembleia do Sindicato dos Rodoviários realizada na última quinta-feira (11), o estado de greve em Salvador está longe do fim.

O estado de greve não tira os ônibus de circulação de imediato e nem faz a classe parar. Após deliberação, é publicado um edital que viabiliza a entrada em uma greve geral após 72 horas, o que possibilitaria a paralisação do serviço já no próximo domingo (14). Porém, os trabalhadores não devem parar antes da próxima terça-feira (16).

Reivindicações

A classe trabalhadora pede 10% no aumento do salário e no ticket de alimentação e não recebeu nenhuma contraproposta dos empresários que administram as empresas de ônibus em circulação na capital.

Além de 10% no salário e no ticket alimentação, a classe também solicita o fim da compensação de horas. Quando um rodoviário faz hora extra, os empresários têm seis meses para pagar ou compensar com folga. O sindicato pede que as horas sejam pagas na folha do mês seguinte.

Os rodoviários ainda solicitam também a desapropriação de terrenos da empresa CSN para arcar com rescisões de trabalhadores da classe.

O presidente do Sindicato do Rodoviário, Fábio Primo afirmou que não houve qualquer proposta por parte dos empresários, o que revolta a classe, “a gente fez a proposta até o fim de do mês de março e nada. Estamos em maio e nenhuma proposta foi feita por eles, não recebemos nenhum retorno. Um desrespeito com o trabalhador essencial”.

O Cobrado Wesley de Carvalho, de 40 anos, trabalha como cobrador há oito anos em Salvador. E afirmou que “por conta do aumento dos custos com alimentação, há uma defasagem dos valores que são pagos para os rodoviários no momento. Aumentou tudo e a gente não consegue viver mais. Trabalhamos todo dia, somos uma classe essencial para que as pessoas se desloquem e não tem valorização. O rodoviário precisa de aumento”, explicou. 

O que os órgãos responsáveis dizem

O sindicato segue dizendo que as conversas não fizeram surgir nenhuma proposta de aumento salarial ou ticket. O MTE confirmou a reunião da próxima terça-feira e explicou melhor para que serve a negociação. De acordo com o órgão, se trata de um processo em que se escuta as demandas dos dois lados e se considera as necessidades dos envolvidos para a construção de um possível acordo.

De acordo com o presidente do Sindicato, Fábio Primo, “temos uma reunião de conciliação com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e os empresários. Esperamos ter um avanço nas negociações e, enfim, ouvir uma proposta por parte dos empresários porque o aumento anual é um direito nosso. Ou tem acordo ou vai ter greve”.

Em nota, o serviço de mediação da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia disse que “integra o processo de negociação coletiva de trabalho, onde o negociado se sobrepõe ao legislador, visando oferecer às partes informações sobre os efeitos e consequências do conflito, formular propostas, ou recomendações, facilitar o entendimento dos envolvidos e estimulá-los à solução consensual”.

A Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob) não se manifestou sobre o caso.

Fontes: Correio Bahia

TV Bahia