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No recôncavo baiano, Cachoeira vira capital do licor no período junino

Anualmente a bebida movimenta trinta milhões de reais na cidade.

Philipe Campos

Uma pequena cidade no recôncavo baiano, chamada de Cachoeira, tem chamado bastante atenção de turistas e até mesmo de seus moradores, pelo título de capital do licor que preserva tradição centenária que revolucionou as estruturas sociais da cidade ainda vive um processo de modernização. É nessa época do ano entre maio, que a produção do licor ganha destaque na Bahia, por conta do período de festejos juninos.

O título é informal, mas se torna sério no dia 25 de junho, quando a capital do estado é transferida oficialmente para a cidade por conta dos festejos da Independência do Brasil na Bahia.

Produção

Com aroma adocicado e um cheiro típico, o licor denúncia que é tempo de festejar no mês de junho. Os licores feitos de frutas tropicais misturados com álcool dita os rumos da cidade. A tradição centenária vive um momento importante de modernização, onde sua produção passou a ser debatida no Congresso Nacional em dezembro de 2022. Hoje a produção de licores passa a ter mais fiscalizações dos órgãos responsáveis que enquadram os produtores nas recomendações da coordenação de Vinhos e Bebidas do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Anualmente a bebida movimenta trinta milhões de reais na cidade, gera empregos e conta com 15 fábricas da bebida espalhadas pela cidade.

Produção dos licores é marca registrada da cidade baiana de Cachoeira Foto Eric Luis Carvalho g1

História

Não há informações sobre a presença do licor de Cachoeira nas lutas históricas por independência, mas é possível que ele já estivesse pela cidade. E o fato é que a bebida, hoje tombada como patrimônio histórico municipal, foi determinante em uma revolução social na cidade que tem apenas o 111º Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

A tradição dos licores se inicia no recôncavo baiano trazida pelos portugueses ainda no período de colonização. No entanto, no Brasil, a bebida, até hoje muito tradicional na região da Península Ibérica, ganhou adaptações.

Em Cachoeira, região que foi protagonista em diversos ciclos econômicos do Brasil colônia e império, a cana de açúcar tem papel determinante na produção do álcool. Mas o status de “país tropical” é que cria o diferencial da bebida.

A diferença do licor baiano para os licores europeus e de outras regiões do mundo é que o licor produzido em Cachoeira tem uma espécie de domínio da tecnologia com relação a utilização das frutas eminentemente tropicais. Essas frutas tropicais encontradas aqui passam a diversificar o sabor, entre elas, se destacam o jenipapo e o maracujá e muitas outras.

Fonte: TV Bahia