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Negacionismo e Fake News: Uma dupla perigosa, que merece atenção especial

Andie Carolina

O negacionismo, que pode ser caracterizado pela recusa em aceitar fatos cientificamente comprovados, é um dos maiores desafios enfrentados no mundo contemporâneo. Essa característica tão presente na sociedade atual se agrava ainda mais quando aliada a outro fenômeno negativo que ganhou força nos últimos anos: a disseminação de notícias falsas, conhecidas como Fake News. O avanço da tecnologia, sobretudo o alcance das redes sociais, garantem um poder ainda maior a essa dupla perigosa, que vem causando impactos significativos em várias esferas da sociedade, sobretudo em questões políticas e de saúde pública.

Em 2020, com a explosão da pandemia de Covid-19 pelo mundo, tivemos a oportunidade de compreender os estragos que a dupla negacionismo e fake news pode fazer. Foram inúmeras as desinformações sobre a doença, causando pânico mundial, arriscando mais ainda a vida das pessoas com dicas ineficazes e o descrédito a respeito da criação das vacinas e como os imunizantes poderiam reduzir o número de casos de novas infecções e principalmente o número de mortes.

Ataque à ciência

Nunca antes a ciência e profissionais especializados haviam sido tão bombardeados com descrenças sobre seus conhecimentos, o que abriu caminho para uma verdadeira guerra, onde a duplinha perigosa se aliou a um companheiro tão nocivo quanto: o ego humano. Pessoas querendo saber mais do que outras, provando que o maior combustível da desinformação somos nós mesmos.

O cenário político também caiu nas garras do negacionismo e das fake news. A manipulação da opinião pública através de notícias falsas teve um papel importante nas recentes tentativas de desmoralizar e apagar a confiança populacional nos processos e instituições eleitorais.

E de novo a soberba humana desempenhando um papel importante. Afinal, muito mais importante do que checar a veracidade de informações, é “defender” determinado partido ou figura do meio político, colocando-os como os verdadeiros donos da verdade e da razão. O fenômeno “Bolsonarismo” que tanto inflamou e se beneficiou do negacionismo e das fake news, mostrou que este comportamento é a porta de entrada para a destruição. Um dos episódios mais marcantes que ilustram esses malefícios foram as séries de vandalismo, invasões e depredações ao patrimônio público, ocorridas em 8 de Janeiro de 2023, no que ficou conhecido como “Intentona Bolsonarista.”

Uma responsabilidade de todos

Fica evidente a necessidade de investir cada vez mais na educação midiática, o que permitirá as pessoas a discernirem entre o que é de fato uma informação verídica ou o que não passa de um conteúdo proveniente de fontes duvidosas.

As plataformas digitais (como Facebook e Instagram, por exemplo) também têm uma importante missão nas mãos, que é a de implementar políticas de moderação de conteúdo, garantindo maior transparência no que será divulgado.

E a internet, embora seja conhecida como uma “Terra Sem Lei”, precisa receber uma maior fiscalização por parte das autoridades especializadas em crimes virtuais, criando mecanismos que possam ajudar na detecção e consequentemente, na punição mais severa de perfis que espalham desinformação.

A verdade é que o combate ao negacionismo e as fake news é uma responsabilidade de todos. Cada um de nós devemos sempre priorizar a checagem correta das informações que consumimos e passamos adiante, além de estarmos dispostos a abrir mão do próprio ego e de crenças que nos impedem de transformar a sociedade atual em um espaço mais seguro para todos.