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Cais do Valongo no Rio de Janeiro passará por obras de valorização

Obras no local que guarda parte da história dos escravizados no Brasil, começam nesta quinta-feira.

Philipe Campos

De acordo com Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), começaram nesta quinta-feira, as obras de valorização do sítio arqueológico Cais do Valongo, localizado na região central do Rio de Janeiro. A pequena África como também é chamada, foi declarado no ano de 2017 pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade e guarda grande parte da história da escravidão e dos escravizados no Brasil.

O que será feito no local

Segundo a prefeitura do Rio, no local será implantada uma nova iluminação a partir do projeto desenhado pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). O local vai receber os primeiros contêineres de apoio, na sequência serão instalados um guarda-corpo e um módulo expositivo com quatro totens que vão contar a história da região. A curadoria é de Ynaê Lopes dos Santos, que é historiadora especialista na História da escravidão e das Relações raciais nas Américas.

Em março deste ano, as ministras da Cultura, Margareth Menezes, e da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a primeira-dama Janja  e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, estiveram no local para anunciar investimentos. Dando início a retomada do Comitê Gestor do Cais do Valongo, que tem o papel de estruturar ações de ocupação, sinalização e qualquer outro tipo de intervenção no sítio arqueológico.

Durante a visita, a ministra Anielle Franco ressaltou ainda sobre o museu que deve ser erguido na região, onde era Comitê da Fome, e negou que ele fosse se chamar Museu da Escravidão.

História do cais

Encontrado em escavações feitas durante as obras de revitalização da região, o local guarda parte da história da escravidão.

De acordo com o antropólogo Milton Guran, as ruínas do Cais do Valongo são os únicos vestígios materiais de desembarque de africanos escravizados nas Américas.

O Valongo possui cerca de 350 metros de comprimento e vai da Rua Coelho e Castro até a Sacadura. Ele começou a ser construído no fim do século XVIII e ficou pronto em 1811. A região era desabitada na época e o acesso era difícil. Por isso, foi escolhida para sediar o porto de desembarque de escravos.

A área deixou de funcionar como ponto de entrada de escravos por volta de 1831, quando as leis contra a escravidão começaram a ser assinadas. Nessa época, o tráfico passou a ser clandestino e só acontecia no período noturno.

Fontes: Globo Rio