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Interdições para obra de igreja histórica no Pelourinho, causa transtornos em capital baiana

Igreja de São Francisco é uma das principais do Centro Histórico de Salvador e precisará passar por restauração, porque há risco de o pináculo direito desabar.

Philipe Campos

Uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo foi interditada para obras de restauração. A igreja de São Francisco teve seu fechamento decretado no dia 20 de junho, sem aviso prévio aos empresários para a restauração do pináculo direito do templo católico. O tráfego foi suspenso para pedestres e motoristas na via, que é o principal acesso para restaurantes, lojas e acomodações que ficam no mesmo caminho.

Os empreendedores reclamam que sofrem com a queda do faturamento e a falta de resposta dos órgãos responsáveis como o Iphan que segue sem dar previsão de conclusão da obra que ainda não teve início.

De acordo com o Iphan foi necessária esta interdição, pois a queda do pináculo (cúpula que fica no topo da igreja), pode destruir não somente a estrutura do imóvel da igreja, como cair em um pátio interno que é aberto para visitações, ou ainda cair na rua, destruir automóveis e ferir pessoas – inclusive levando à morte – por causa do impacto provocado pela altura e peso.

Comércio afetado

Os comerciantes ao entorno do local dizem que a interdição impede ao acesso principal à Rua de São Francisco e que sem esta passagem, loja, restaurantes e acomodações que ficam na via sofrem com a queda do faturamento.

Maria Mata Mouro, dona de um restaurante que vem sendo prejudicado por conta disso, diz que perdeu 70% dos clientes. “É um número bem expressivo, porque os clientes geralmente vêm do Largo do Terreiro de Jesus. Para ter acesso aqui, precisando arrodear, eles ficam com medo, acham que têm que andar muito. Além disso, não tem nenhuma sinalização informativa”, explicou Maria.

Outros estabelecimentos também sofrem com a interdição, como o Hostel Laranjeiras, que costuma receber bastante turistas nos períodos de baixa estação. No entanto, como explica Cláudio Alban, proprietário da acomodação, que o impacto está sendo grande principalmente nestes meses de julho e agosto, quando recebemos turistas do sudeste, sul do Brasil, continente norte americano e europeu.

Ainda com a interdição, a Ladeira da Ordem 3ª de São Francisco, também conhecida como Rua 12 de Outubro, ficou praticamente deserta. Sem movimentação, o assalto na ladeira se tornou frequente, assim como o uso de drogas na via pública, oferecendo mais riscos aos moradores, comerciantes e turistas.

O que dizem os órgãos responsáveis?

Desde que comunicou a interdição, a igreja não tem se pronunciado sobre a situação. A Transalvador informou que fez a suspensão do tráfego na via a pedido do Iphan. O Iphan, por sua vez, informou que a obra do pináculo está em processo de licitação de empresa, para que o restauro possa ser concluído e a via liberada.

Fonte: Globo Bahia